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Ideias & Factos: Memória e Esperança

Agostinho Dias - 28/10/2021 - 9:46

Os dias 22, 23 e 24 de outubro foram marcados por atos como, toque de sinos, plantação de árvores, minutos de silêncio, em memória de todos os que morreram vítimas da covid-19 e já vão em mais de 18 mil em Portugal. Por muitos deles não se pôde fazer o luto habitual, o que penalizou as famílias por vezes de modo traumático. Não podemos esquecer as 214 pessoas que morreram  em Lisboa, e cujo corpo não foi reclamado por ninguém, entre 1 de janeiro e 17 de outubro deste ano; “morreram na rua, nos hospitais, nos quartos alugados, sem família, sem amigos, sem ninguém”, diz o provedor da irmandade de S. Roque que lhes fez o funeral.
Este é o sinal de uma forma extrema de pobreza, que é a de não ter ninguém que acompanhe, ou que se interesse pela pessoa na hora da morte.
Os cristãos recordam os que morreram no mês de novembro, e sobretudo no dia 2, visitando os cemitérios e rezando com esperança por aqueles que os precederam na vida. Não é dia de chorar pelos mortos, mas de acreditar na ressurreição dos mortos e de nos unirmos a eles na oração e na fé. S. Paulo diz mesmo: “não queremos irmãos que ignoreis coisa alguma a respeito dos mortos, para não vos entristecerdes como os outros que não têm esperança”. Temos a sensação de que as páginas da necrologia são as primeiras a serem lidas por muitos dos leitores do Reconquista. Espero que seja um momento de união espiritual com aqueles que já partiram e de oração pelo seu eterno descanso.

Agostinho Dias
agostinho.dias@reconquista.pt

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