Plataforma contra as portagens pede a intervenção de António Costa. PSD e Aliança juntam-se às críticas.
Plataforma contra as portagens pede outra solução. Foto Reconquista
A Plataforma pela Reposição das ex-Scut não concorda com a anunciada portaria de descontos de quantidade para as portagens na A23 e A25 e pede a intervenção de António Costa para que se caminhe para a abolição total das portagens.
O Ministério da Coesão Territorial anunciou descontos médios de 25 por cento e que podem chegar os 40 por cento mas apenas para quem utilizar a autoestrada mais de 16 dias por mês.
A plataforma manifesta “o seu desagrado face ao conteúdo da pretensa proposta” e alega que os residentes da Beira Interior não são “meros consumidores que procuram descontos pela quantidade, nem o serviço básico de mobilidade disponível por aquelas Scut’s, deve ser onerado”.
Na sua opinião o Ministério das Finanças “desconhece o que deve ser entendido como a mais lesiva prática anti-competitiva, existente no interior do país”.
Para a plataforma que junta empresários, associações empresariais, utentes e sindicatos dos distritos de Castelo Branco e Guarda a convergência interior-litoral “não se combate com mais medidas avulsas que continuam a impor limites à mobilidade no território da Beira Interior e que mantem o preço final das portagens, mesmo com descontos de quantidade, os mais caros do país”.
Neste comunicado afirma ainda que o modelo tornado público por Ana Abrunhosa “não corresponde ao espírito” da recente reunião com a ministra “pois nem é simples, nem tem impacto visível no orçamento das pessoas e sobretudo dos turistas pelo que só pode resultar da falta de sensibilidade do Ministério das Finanças e de uma falha de atenção do Sr. Primeiro Ministro”.
Ainda assim “a Plataforma considera que esta Portaria, com todas as limitações que se lhe aponta, só é possível face à pressão que se tem feito, pressão essa, que se vai manter e intensificar, não havendo alterações à mesma proximamente”.
O ministério de Ana Abrunhosa confirmou ao Reconquista que o processo de aplicação dos descontos na A23 está a ser concertado com a concessionária Globalvia, respondendo que “ainda está em curso” quando questionado sobre a revisão do contrato ou o pagamento de compensações à concessionária.
A Globalvia confirma os contactos mas quanto a eventuais ajustes no contrato de concessão “não nos podemos pronunciar na medida em que a concessionária não tem ainda o conhecimento do diploma legal, nem das condições que regulamentarão as referidas reduções de portagem”.
PARTIDOS O PSD diz que a proposta do Governo é um “faz-de-conta”, sugerindo a abolição total para residentes e 10 viagens gratuitas por mês para não residentes, com implementação das reduções já a 1 de abril em vez do verão, como o Governo prevê. Para os sociais-democratas é uma questão de justiça depois de o Governo ter reduzido substancialmente o custo com os passes de transportes nas áreas de Lisboa e Porto.
O desconto de quantidade tal como anunciado não faz sentido para este partido “pois um trabalhador que trabalhe num ponto do Distrito e se desloque para outro, só terá desconto ao oitavo dia de passagem na A23. Como, em média, o mês tem 22 dias úteis, um terço do mês não sofre qualquer tipo de desconto”.
O Aliança de Castelo Branco também quer a isenção de portagens para os residentes “por considerarmos uma medida de elementar justiça em contraposição com as recentes tabelas dos passes sociais para as grandes áreas metropolitanas”.
E por isso não aceita a tabela agora proposta pelo Governo “que prevê descontos de quantidade por entendermos que não serve as populações do interior do país”.
Notícia atualizada com as posições da Globalvia, PSD, Aliança e Ministério da Coesão Territorial
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Os beirões não devem aceitar mais que ZERO.