Os candidatos dos principais partidos, pelo círculo eleitoral de Castelo Branco, que concorrem às eleições de domingo coincidem na necessidade de revisão da Convenção de Albufeira, o acordo entre Portugal e Espanha que regula os caudais dos rios ibéricos.
Rio Tejo. Arquivo Reconquista
Os candidatos dos principais partidos, pelo círculo eleitoral de Castelo Branco, que concorrem às eleições de domingo coincidem na necessidade de revisão da Convenção de Albufeira, o acordo entre Portugal e Espanha que regula os caudais dos rios ibéricos.
No debate promovido pela Associação Empresarial da Beira Baixa, a Rádio Cova da Beira e o Reconquista a questão acabou por ser abordada dentro do tema do ambiente.
Rui Lino do BE, começou por lembrar que convenção não é revista há 11 anos, estando por isso desfasada da realidade atual.
Se a revisão não funcionar “numa segunda fase defendemos que se deve avançar para o projeto Tejo, com a construção de uma série de açudes ao longo do Tejo”, que na opinião do partido podia ser uma alternativa à barragem do Alvito, com a qual não concordam “por ser altamente destruidora dos ecossistemas e da paisagem”.
Dias depois, após ter verificado no terreno o problema no Ponsul, o partido informou que vai questionar o Governo e a Agência Portuguesa do Ambiente.
Também no debate, Ana Maria Leitão, da CDU, concordou com as preocupações face à convenção.
A coligação também passou por Lentiscais e deu conta disso num comunicado, em que vem exigir meios “para proteger os nossos rios e a água pública”, culpando a “má gestão ou gestão concentrada na obtenção de lucro nas barragens de produção energética, agravando problemas de poluição e de perda de qualidade da água”.
Os comunistas e verdes acrescentam a estas causas a diminuição dos meios de fiscalização e a gestão de albufeiras pelos privados.
“Só com meios do Estado”, dizem, “se pode garantir o cumprimento de caudais”.
Da parte do PS, Hortense Martins defendeu no debate que o Tejo “tem de ser bem tratado” e nos últimos quatro anos o Governo e as autarquias conseguiram melhorar as suas condições.
Quanto à regulação dos caudais “essa é uma batalha difícil que tem a ver com a renegociação da Convenção de Albufeira. Não são caudais médios que assegurem que o rio continue vivo todo o tempo”, falando da necessidade de caudais ecológicos.
Assunção Vaz Patto, do CDS, falou na necessidade de um plano de construção de pequenas barragens e açudes “para potenciar a parte da agricultura” mas também da necessidade da revisão do regadio existente para diminuir as perdas de água e avançar com novos regadios.
O PAN, através de Rebeca Lopes, fala num problema que é apenas uma parte de problemas mais vastos e vê no terreno um rio “transformado em muitas zonas num pequeno fio de água”.
A cabeça de lista do PSD, Cláudia André, disse que as questões relacionadas com a água devem obedecer “a estudos técnicos e os políticos têm de as respeitar” e concorda com a revisão da convenção. “Neste momento temos de olhar para esta nova realidade e estar constantemente a redirecionar as nossas políticas”.
O PSD também marcou presença na concentração de cidadãos ocorrida em Lentiscais.
Assembleia aprovou por unanimidade moção onde é exigida renegociação da Convenção de Albufeira entre Portugal e Espanha.
O vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente já visitou as zonas afetadas. Próximo passo é intervir junto do governo espanhol. Luís Correia quer envolver os autarcas espanhóis nesta luta.
VÍDEO Não há memória de algo assim no rio que é afluente do Tejo. Cenário nos Lentiscais é impressionante e Espanha é apontada como causadora.
A falta de água nos rios da região tem sido notória e, além da questão ambiental, os prejuízos na economia local já se sentem.
Os agentes locais estão preocupados, mas autoridades competentes, como a APA, afirma que Espanha garante o cumprimento da Convenção.