Tejo: Algas tóxicas chegam a Ródão

Reconquista - 29/07/2022 - 10:03

Movimento pelo Tejo quer que o ministro do Ambiente e Ação Climática peça explicações a Espanha, onde está o foco de poluição.

Imagem captada pelo proTejo em Ródão mostra situação no Tejo

O proTejo- Movimento pelo Tejo diz que a poluição provocada por cianobactérias “de extrema toxicidade e com cheiro de putrefacto tendo origem em Espanha” chegou a Vila Velha de Ródão e que a contaminação tende a agravar-se a montante da barragem do Fratel.

Esta não é a primeira vez que tal acontece havendo registo de uma situação semelhante em setembro do ano passado na barragem de Cedillo, o que leva o movimento a falar da necessidade de uma queixa à Comissão Europeia.

O proTejo diz que o chamado bloom de algas resulta de uma elevada concentração de nutrientes provenientes de Espanha “em resultado décadas de descargas de águas residuais sem adequado tratamento e das escorrências de fertilizantes agrícolas”.

A situação é ainda mais grave devido à ausência de chuva nos últimos meses “que não permitiu a reposição dos baixos níveis de armazenamento gerados pelo esvaziamento das barragens de Alcântara e Valdecañas de cerca de 80 por cento da sua capacidade em 15 de março para cerca de 40 por cento e 21 por cento no mês de junho de 2021, respetivamente, com a finalidade de produzir energia hidroelétrica quando o preço da energia no mercado espanhol estava em níveis bastante elevados”.

O terceiro fator é o calor e luminosidade elevadas.

O Movimento pelo Tejo quer que o ministro do Ambiente e Ação Climática peça explicações ao seu congénere espanhol “visto que esta situação constitui um agravamento adicional do estado ecológico das massas de água do rio Tejo em Portugal em incumprimento da Convenção de Albufeira quanto à obrigatoriedade de garantir o bom estado ecológico das massas fronteiriças e transfronteiriças e em incumprimento da Diretiva Quadro da Água que impõe o objetivo de alcançar um bom estado ecológico das massas de água”.