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Ideias e Factos: A espiral da guerra

Agostinho Dias - 05/05/2022 - 10:03

No seu discurso do 25 de abril ouvimos o sr. Presidente da República pedir no orçamento deste ano um reforço de verbas destinadas às forças armadas para que melhor possam cumprir as missões a que são chamadas. Os dados do Instituto Internacional de Investigação sobre a paz, sediado em Estocolmo, dizem-nos que os gastos militares totais atingiram em 2021 perto dos dois biliões de euros, o que representa um aumento de 0,7% em relação ao ano anterior. Os países que mais gastaram foram os Estados Unidos da América, a China, a India, O Reino Unido e a Rússia que atingiram dois terços dos gastos globais. Só 8 países da NATO atingiram os 2% do PIB com despesas militares, como esta organização recomenda. É certo que as Forças Armadas têm muitas missões de paz, no entanto, podemos entrar numa espiral bélica perigosa em todos os sentidos. Ouvimos António Guterres a dizer na Ucrânia que nada justifica a guerra e que esta não resolve qualquer problema, apenas arranja novos problemas. Ouvimos o Papa Francisco a falar da imoralidade da guerra. Não podemos entrar numa corrida armamentista gastando em meios de destruição o que não temos para uma vida saudável e desafogada, com ordenados suficientes, habitação, saúde, educação, etc. A guerra não tem lugar nas sociedades desenvolvidas do séc. XXI “é um abuso””, diz António Guterres.
Com as facilidades de comunicação que há hoje, com as instâncias mundiais que promovem o diálogo entre os povos, recorrer à guerra para resolver qualquer conflito, em vez de recorrer ao diálogo, é um anacronismo e uma atitude absurda. Por isso dar mais dinheiro no orçamento do Estado para promover a guerra é um desperdício, para não dizer crime.
Agostinho Dias
agostinho.dias@reconquista.pt

 

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