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Pais em tempos de crises: Integração pelo trabalho

Mário Silva Freire - 17/03/2022 - 9:30

Quantos pais vivem o drama de terem um filho portador com algum tipo de deficiência? E quantas destas pessoas, portadoras de determinados tipos de deficiência, poderiam estar a dar o seu contributo à sociedade, desde que devidamente instruídas e acompanhadas? E quantas delas seriam mais felizes se sentissem que, apesar das suas limitações, estão integradas na comunidade?
Eis um conjunto de questões que necessitariam de respostas para pessoas portadoras de limitações que as dificultam de entrar no mercado de trabalho. De entre essas limitações, duas se destacam:  a Síndrome da Down ou Trissomia 21 e os Transtornos do Espectro do Autismo (TEA).
A Trissomia 21, de natureza genética, está geralmente associada ao atraso no desenvolvimento infantil, feições faciais características e deficiência intelectual leve a moderada. Quanto aos Transtornos do Espectro do Autismo (TEA), não estão completamente compreendidos, embora estejam frequentemente presentes factores genéticos, com manifestações que variam entre as pequenas dificuldades de socialização até indivíduos com afastamento social. Mais do que a inteligência, o que neles existe é uma maneira única de pensar e aprender, já que são peculiares na forma de sentir. Sem dados oficiais actualizados, estima-se que haja em todo o país cerca de 15 mil pessoas com síndrome de Down e entre 150 mil e 200 mil com autismo.
Ora, a associação “VilacomVida”, sem fins lucrativos, IPSS, visa promover projectos inclusivos de empregabilidade e de vida autónoma, tendo em vista, especialmente, pessoas portadoras com estas deficiências. A partir do passado mês de Novembro, integrou a marca Joyeux, depois desta ter aberto cafés em Paris, Rennes e Bordéus, tendo-se internacionalizado através de Portugal, com a abertura de uma casa, na Calçada da Estrela, 26, em Lisboa.
“Ter uma deficiência não pode impedir alguém de estar no mundo económico”, diz Yann Bucaille, presidente da Fundação Émeraude Solidaire, a responsável pelo Café Joyeux. Todos os colaboradores passam por uma fase de formação em diversas áreas da restauração, passando depois a fazer parte de uma equipa num dos cafés, através de um contrato sem termo.  “Não queremos fazer algo onde se vá apenas porque os trabalhadores são pessoas com um certo perfil. Queremos que as pessoas ali possam ir porque tem qualidade”, diz Filipa Pinto Coelho, presidente da associação “VilacomVida”. O objectivo último é que depois do Café Joyeux as pessoas sejam integradas no mercado de trabalho.
A sociedade está a necessitar deste tipo de iniciativas que, proporcionando uma maior tranquilidade a muitos pais, dêem respostas dignas a pessoas portadoras destas deficiências e, que chegando à idade adulta, possam adquirir a sua autonomia, dando o seu contributo à comunidade. 
freiremr98@gmail.com

 

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