Retratos: Vida custa

JC - 10/03/2022 - 10:27

No Burgo o termómetro político subiu ao vermelho na última semana e, com ele, trouxe alguma chuva, quiçá na tentativa de apagar alguns fogos que teimam em arder. Jeremias, presidente da Brigada do Reumático, considera que os burguenses começam a estar fartos dessas histórias. 
- “As últimas reuniões magnas do Burgo demonstraram isso mesmo. Numa primeira fase Infinito e Basta impediram a inclusão de pontos na dita assembleia. O presidente do Condado acusou-os de boicotarem o seu trabalho e de que assim haveria incumprimento. Num segundo encontro, ficou a saber-se que afinal não havia incumprimento, mas mantiveram-se as acusações de boicote”, disse Jeremias.
- “São situações dispensáveis”, referiu Godofredo, secretário geral da BR, para quem o mais importante da semana foi a chuva. - “Isso sim é que foi posistivo. E ainda deveria chover mais, que ela faz cá falta”, acrescentou.
- “Pois faz!”, adiantou Evaristo, presidente do Conselho Fiscal da BR, incomodado com a guerra que o velho continente está a viver. 
- “Isto traz-me velhas memórias, de quando tive que regressar da Mãe África para a Nação Lusitana, em 1975. Aquilo foi o diabo e na altura a solidariedade era curta para tanta necessidade. Como diz a velha máxima, vim com uma mão à frente e outra atrás...”, reforçou.
- “Felizmente que, nessa matéria, as coisas mudaram. Mas, infelizmente o homem continua a destruir o bem que tem. Como se os tiros resolvessem alguma coisa. Agora os preços vão aumentar. Já não bastava os efeitos da pandemia...”, opinou Jeremias, que no último fim-de-semana esteve meia hora à espera para atestar o depósito da sua viatura antes do grande aumento do preço da gasolina.
- “Parece que, de facto, regressámos a finais da década de 70 do século passado, em que sempre que era anunciado um aumento todos corríamos às bombas de gasolina”, concluiu Evaristo que, por essas e por outras, já comprou uma kinga, com o apoio do condado, para passear com o neto, que a vida custa a todos...

JC