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Leitores: Criatividade e Sustentabilidade. A inevitabilidade de um desafio!

Hélder Henriques - 20/04/2023 - 10:06

Decorreu entre 12 e 15 de abril o I Encontro Internacional de Cidades Criativas e Desenvolvimento Sustentável na cidade de Castelo Branco.

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Decorreu entre 12 e 15 de abril o I Encontro Internacional de Cidades Criativas e Desenvolvimento Sustentável na cidade de Castelo Branco. A organização deste encontro assumiu três grandes objetivos: em primeiro lugar, fortalecer a candidatura de Castelo Branco no processo de adesão à Rede de Cidades Criativas da Unesco. Esta rede tem como propósito, entre outros, fomentar a cooperação e o desenvolvimento económico através da partilha das singularidades dos territórios. Estiveram em Castelo Branco representantes de diversos países do mundo cujas experiências apresentadas permitiram, genericamente, incorporar e reforçar a ideia de que é possível fazer mais e melhor pelos nossos territórios e que a simplicidade e a auscultação das nossas comunidades constituem a chave-mestra para suportar o caminho do desenvolvimento sustentável.  
Em segundo lugar, Castelo Branco reforçou o seu papel enquanto território solidário. O País convidado desta 1ª edição foi a Ucrânia. Estiveram presentes os representantes do País que se encontram na Embaixada Ucraniana em Portugal e, ainda, representantes provenientes diretamente da região militar ucraniana de Rivne. Estas representantes fizeram muitas horas de viagem de automóvel (o espaço aéreo encontra-se encerrado dada a situação de guerra em que vivem), para poderem apanhar um voo na Polónia e, depois disso, chegarem a Portugal. Trouxeram-nos os seus bordados típicos, mostraram-nos com uma enorme humildade e generosidade o seu país e todo o seu potencial e, sobretudo, ensinaram-nos que apesar das dificuldades e das suas circunstâncias, interpretam a cultura como, talvez, a sua principal arma contra a ofensiva Russa. 
Em terceiro lugar, cumpriu-se o objetivo de continuar a posicionar o Bordado de Castelo Branco. Os oradores e convidados tiveram oportunidade de compreender toda a cadeia de valor associada a este produto. Do casulo até às colchas, entre a tradição e a inovação, transmitimos a ideia de que o Bordado de Castelo Branco tem futuro e que é uma das nossas principais âncoras identitárias. Há muito trabalho a fazer no campo da formação, da cooperação, da dignificação da atividade de bordadora, mas sobretudo percebemos que o bordado de Castelo Branco representa não apenas um bordado em si mesmo, mas uma realidade criativa multidimensional: a inclusão social, a importância da consciencialização das crianças mais novas, a valorização económica do bordado, a moda, as múltiplas utilizações que podemos associar ao bordado de Castelo Branco, enfim, um conjunto de dimensões que podem e devem ser explorados assentes numa fusão de conceitos maiores: a criatividade e a sustentabilidade.
Neste encontro tivemos oportunidade de contactar com representantes das Cidades Criativas de Portugal (Caldas da Rainha, Covilhã e a vila de Idanha-a-Nova), do México, através da presença de San Cristobal de Las casas, do Brasil, através de João Pessoa, de Marrocos, com a cidade criativa de Tetouan e, ainda de Cabo Verde, através da cidade da Praia. Além destes, reconhecem a criatividade enquanto fator estratégico de desenvolvimento sustentável os participantes oriundos das Cidades de S. Luiz do Paraitinga (Brasil) e da Ilha de Brava (Cabo Verde). 
Também os especialistas e académicos do território das mais diversas proveniências geográficas estiveram presentes com particular destaque para o presidente da Fundação Kreanta (Barcelona, Espanha) Félix Manito, François Lajuzan (Toulouse, França), Monserrat Pareja Eastaway (Departamento de Economia da Universidade de Barcelona), Maria Roser Coppini (Cátedra Medellín-Barcelona, Barcelona, Espanha), entre outros.
Do lado Português, contamos com a presença do poeta e ex-ministro da cultura Luís Castro Mendes, do professor Catedrático António Covas, da Direção Geral do Património Cultural Ana Saraiva, o diretor do Centro de Formação Profissional para o Artesanato Luís Rocha, da Entidade Regional do Turismo do Centro de Portugal (entidade que apoiou esta iniciativa desde o primeiro momento), Silvia Ribau, da Presidente da Associação Portugal à Mão, Graça Ramos, da professora do Instituto Politécnico de Castelo Branco Ana Margarida Fernandes e do professor da Universidade da Beira Interior, Ernesto Vilar Figueiras. 
Para terminar, deixo um agradecimento, em meu nome pessoal, à Presidente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental de Castelo Branco – APPACDM, Dr.ª Maria de Lourdes Pombo. Além de parceira nesta candidatura à Rede de Cidades Criativas da Unesco é também uma referência na organização deste evento e um exemplo na forma como marcou presença no mesmo e nos recebeu no Museu da Seda.  Bem-haja. 
Vamos dar um novo impulso cultural e criativo a Castelo Branco através do “nosso” Bordado!

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