Patrono dos Motociclistas, São Rafael, visitado pelo Lés a Lés em Tinalhas
A pandemia obrigou a Federação de Motociclismo de Portugal, através da sua Comissão de Mototurismo, a mudar de planos, mas em vez de 10 de junho, colocou hoje, dia 1 de outubro, no terreno a 22.ª edição do Lés-a-Lés, “a maior aventura do género na Europa”. Começa em Lagos e terminará em Chaves, no dia 4 de outubro.
É ao segundo dia, depois de pernoitar em Évora e na ligação até à Guarda, com cerca de 370 quilómetros, que a caravana vai estar no concelho de Castelo Branco, com uma paragem simbólica em Tinalhas. A aldeia será, dia 3, por umas horas a capital do mototurismo quando sábado abrir portas ao Lés a Lés 2020. Os motociclistas vão entrar junto à estátua de São Rafael, patrono dos motociclistas, para um retemperar de forças.
Atenta às recomendações da Direção Geral de Saúde (DGS), a organização garante o cumprimento rigoroso das normas de segurança, para que a pandemia não ofusque a grande maratona mototurística do país. A Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal, a quem cabe organizar este evento, está consciente das limitações que a pandemia impõe e, por isso, preparou tudo “de forma mais especial”.
Uma das alterações foi, desde logo, a limitação de participações, ficando muito aquém dos mais de dois mil motociclistas habituais. Mas mesmo com as normas da DGS à boleia, os participantes terão a garantia de “muitas curvas e poucas retas”, num trajeto no qual a organização destaca “algumas estreias e novidades”, como seja “a visita a muitos locais nunca antes visitados, no interior de Portugal”. Um desses locais será mesmo Tinalhas.
José Carlos Dé, presidente da junta de freguesia local, explicou ao Reconquista, recorde-se, o porquê desta escolha: “Está relacionada com o facto do Grupo Motard de Tinalhas ‘T’Atestar’ ter oferecido à aldeia, em articulação com a Junta e a Câmara, uma estátua de São Rafael, padroeiro dos motociclistas. Desde a sua inauguração, em setembro de 2019, constitui ponto de paragem de muitos motociclistas que, por acaso ou propositadamente, ali se deslocam”. E junto à moto estilizada que ali se encontra, são já muitos os símbolos de motos clubes lá colocados.
Partindo deste interesse, a autarquia local “encomendou ao mesmo escultor, Zeferino Monteiro, um brasão de freguesia e uma réplica de uma porta, ambos em granito, para fazer ali uma ‘entrada’ de Tinalhas”, explica José Carlos Dé. No largo da Filarmónica, nas imediações da Junta, será servido o lanche aos motociclistas.
A passagem por Tinalhas servirá, ainda, para evocar a memória do padre Zé Fernando, bem conhecido de toda a comunidade motard. Apoio espiritual para o resto da tirada, por São Vicente da Beira, atravessando o Vale do Zêzere antes da subida para a Serra da Estrela, através de Unhais da Serra. A aproximação à Guarda faz-se por Piornos e Manteigas.
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