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A crónica do Tomé: Até o Benzema ficou retido na fila!

Vitor Tomé - 23/06/2022 - 9:44

A crónica de maio começa em Paris e acaba em Estrasburgo, com paragens em Santa Maria da Feira e em Lisboa, mas com referências a Castelo Branco, Penamacor, Oleiros e Lviv, na Ucrânia.

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A crónica de maio começa em Paris e acaba em Estrasburgo, com paragens em Santa Maria da Feira e em Lisboa, mas com referências a Castelo Branco, Penamacor, Oleiros e Lviv, na Ucrânia.
A sete minutos das 15:00 de sábado, 28 de maio, estava eu no piso térreo da Gare do Aeroporto Charles de Gaulle, a falar ao telefone com Mónica, quando três polícias se aproximaram de mim:
- “O senhor viu a pessoa que estava sentada aqui ao seu lado?”, perguntou o mais jovem, de barba rala e cabelo ruivo.
- “Sei que é um homem. Jovem. Chegou, colocou o computador em cima da mesa, mas levantou-se uns minutos depois e ainda não voltou. Já passou para aí uma hora”, disse eu.
- “Mas sabe dizer-me como ele é? Como está vestido?”
- “Não. Eu estava a ler. Não olhei bem para ele”, respondi, enquanto olhava para o computador, abandonado em cima da mesa de 12 lugares, que eu dividia com uma jovem oriental.
- “E viu se era esse homem que trazia aquela bagagem?”, insistiu o polícia
Rodei o tronco e percebi que não! Que não tinha visto a bagagem abandonada atrás de mim, nem quem a trouxera. Que não sou lá muito bom detetive. Que devo estar mais atento, sobretudo quando em locais em que se cruzam muitos milhares de pessoas. E ainda mais, em dia de final da Liga dos Campeões.
E chegaram mais polícias, que começaram a vedar o espaço com uma fita. E a pedir às pessoas para rumarem aos andares superiores. Primeiro para o -1. Depois para o zero. Depois para os corredores de acesso aos terminais do aeroporto. Ali se juntaram, aos que estavam, as centenas que iam chegando, formando uma multidão. Libertados pela polícia cerca de uma hora depois, tentaram chegar à zona de embarque seguindo uma única ordem: todos ao mesmo tempo! Parecia uma Feira.
Todos ao mesmo tempo e na Feira, mas com outra ordem, estiveram os diretores de escolas e de centros de formação de associação de escolas no Europarque de Santa Maria da Feira, a 24 e 25 de maio, no II Encontro Autonomia e Flexibilidade Curricular. Um Encontro no qual tive uma singela participação, para abordar o tema “Educar para os Media”. E haverá melhor local para encontrar pessoas? Diria que não!
Ainda estava eu a ambientar-me e já cumprimentava gente da nossa terra, como o Joaquim Picado ou o António Carvalho. Ou ainda o António Paralta, que dirige no AE Ribeiro Sanches, em Penamacor, e tinha ao seu lado o diretor do AE de Oleiros, Filipe Domingues, cujo cunhado, descobrimos logo ali, é natural da “terra da minha mãe”: Casas da Zebreira. A este novo conhecimento, juntaram-se outros menos novos, mas agora mais humanos, como foi o caso da Maria João Filipe, da Rede da Bibliotecas Escolares, que eu conhecia há dois anos, mas nunca tinha encontrado pessoalmente.
E são os encontros que nos levam a Lisboa, em dia de Liberdade, não a de abril, mas a de 3 de maio, a de Imprensa, que o VI Encontro Nacional de Educação para os Media celebrou no Agrupamento de Escolas D. Dinis. O que eu aprendi! Desde logo com os alunos do AE do Cerco, no Porto, numa sessão em que servi de moderador e na qual o Afonso, o Gil e a Rafaela relataram as experiências da oficina de Literacia dos Media, enquanto os colegas do AE Ferreira de Castro, em Oliveira de Azeméis, organizaram um programa alusivo aos 25 anos de rádio escolar. 
E aprendi com jornalistas, no debate moderado pelo Sena Santos, em que o José Manuel Mestre desconstruiu desinformação e a Catarina Carvalho explicou como fez jornalismo em tempo de guerra e na Ucrânia, de onde tinha então regressado. Mas se a Catarina regressou, a Oksana Pasichnyk, professora no Lyceum Sykhivsky, continua em Lviv, a trabalhar diariamente com os seus alunos, apesar de o país estar em guerra. Nada que a tenha impedido de participar, à distância, no encontro de Lisboa, para responder às minhas questões. Impediu-a, porém, de estar em Estrasburgo a 31 de maio e 1 de junho, para participar em mais uma reunião do projeto “Educação para a Cidadania Digital, no qual coincidimos desde abril de 2019. 
Estrasburgo, onde acabo de chegar! E a crónica acabava aqui. Mas, como envio sempre uma fotografia com o texto, fui ver as fotos que fiz na gare do Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, no momento em que centenas de pessoas tentavam entrar ao mesmo tempo numa escada rolante. E quando encontrei a foto acima, temi, por uns microssegundos, que a final da Liga dos Campeões começasse com atraso. Pois até o Benzema ficou retido na fila!
Vitor Tomé

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