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A manipulação: O poder e as marionetas

José Manuel Sanches Pires jsanchespires@gmail.com - 10/11/2016 - 15:12

Alguém, na minha opinião de forma muito acertada, disse que “na ditadura usava-se a opressão e hoje, em democracia, pratica-se a manipulação”.

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Alguém, na minha opinião de forma muito acertada, disse que “na ditadura usava-se a opressão e hoje, em democracia, pratica-se a manipulação”. 
De facto a classe de manipuladores, sobretudo na política, é cada vez mais flagrante e os candidatos a ser manipulados são cada vez em maior número. Podemos estabelecer, aqui, uma comparação entre titereiros, cuja tarefa é manipular bonecos e controleiros que, embora com objectivos diferentes, também manipulam fantoches humanos. Os titereiros manipulam as marionetas que, puxados através de fios, se movem e emitem os sons saídos da boca do seu manipulador. Já os controleiros, à semelhança do que em tempos acontecia com o velho Partido Comunista, manipulam a mente e controlam as acções de certos indivíduos. Estes, na maioria das vezes, aceitam pacificamente a manipulação, pelo simples facto de terem um ego demasiado inchado. Ou seja, o titereiro limita-se a manipular bonecos inanimados, desprovidos de consciência e de carácter; quanto ao controleiro manipula pessoas que, a partir dessa cumplicidade, passam a ser escravas do seu próprio carácter. O manipulado não é mais do que um fantoche do mandante que se limita a reagir ao puxar dos cordelinhos deixando, por isso, de ter vida própria.    
Os titereiros, na sua função, escondem-se atrás de uma cortina para poder manipular as suas marionetas iludindo, assim, as inocentes criancinhas. Os controleiros, na sua avidez, refugiam-se atrás do poder para manipular os fantoches que, embora aparecendo a falar em nome próprio, mais não fazem do que expedir as ideias do seu mentor. Um dia, porém, as criancinhas, que acreditavam piamente na veracidade das vozes e gestos saídos dos bonecos, acabam frustradas ao descobrir o titereiro por detrás da cortina. Também os adultos acabarão, algum dia, por descobrir que muitas decisões não são pertença do próprio, mas sim do seu controleiro. 
Felizmente, os efeitos da manipulação têm sempre uma data para perder a sua eficácia. É aguardar para ver! 
Para haver manipuladores tem de haver quem se sujeite ao papel de manipulado. Ao manipulador interessa ter alguém, em lugares chave, que lhe permita manter o controlo sobre serviços e instituições; ao manipulado, fruto da sua vaidade pessoal, apenas interessa ocupar cargos para satisfação do ego e elevação da imagem social. O interesse de uns e outros não é o bem comum, nem o bom funcionamento dos serviços ou das instituições. Interessa, isso sim, manter as aparências e fingir que tudo funciona dentro da normalidade. Para atingir esse desiderato pode recorrer-se a demagógicos elogios públicos ou mesmo ao tamponamento de informações menos favoráveis, impedindo-as de chegar até à comunicação social. É caso para dizer que, embora o rei vá nu, há sempre alguém que o tenta cobrir. Porém, para quem tenha os olhos atentos, a nudez apenas está encoberta com roupa transparente. 
Pensam que, à vossa volta, não existem situações destas!? Experimentem perscrutar melhor e não será dificil encontar algum controleiro e, concerteza, várias marionetas.    
Por louvor à dignidade pessoal, “vale mais morrer de pé do que viver ajoelhado”. A dignidade não tem preço e para os controleiros aqui fica o pensamento de Angela Natel: “abraço mandado, recado dado. Manipulado! Não, obrigado”. Já os controlados podem acreditar que: “quem aceita ser manipulado por outrém, acabará por ser manipulado pela própria sociedade”. 

 

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