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A sociedade do imediato: Testemunhos de um território vivo

Paula Reis - 04/10/2023 - 10:36

A opinião pública dos nossos dias constrói-se essencialmente da opinião publicada.

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A opinião pública dos nossos dias constrói-se essencialmente da opinião publicada. Já não só a opinião publicada nos meios de comunicação social, mas acima de tudo, da opinião publicada em redes sociais.
Se é verdade que o facto de qualquer um de nós poder, quase sem limites, expor e construir opinião, também é verdade que as notícias falsas são difundidas sem barreiras e que a maior parte de nós constrói ideias com base num parágrafo ou num título. A sociedade do imediato, do superficial, das inúmeras versões sobre um mesmo acontecimento é a sociedade dos nossos dias, não estando o cidadão preparado ou disponível para aplicar os três filtros da filosofia, ou pelo menos o primeiro deles que é o da certeza da verdade.
Esta semana, integrada numa comitiva de mais de vinte Deputados da Assembleia da República, em visita às Comunidades Intermunicipais das Beiras e Serra da Estrela e da Beira Baixa, ouvimos os autarcas destas regiões falar sobre os problemas que nos constrangem: portagens, água, financiamento, reorganização do território e do Estado.
Também foi nesta visita que tivemos oportunidade de testemunhar que este é um território de potencialidades e de boas execuções em termos de inovação, como é o caso do projeto do hidrogénio verde em Vila Velha de Ródão ou do aproveitamento que se faz da madeira e de toda a cadeia de valor desta no Centro de Inovação e Competências da Floresta, localizado na Sertã, que investiga e executa soluções privilegiando a economia circular, a inovação e a sustentabilidade ambiental.
Na mesma semana, foi aprovado pelo Governo um investimento de 200 milhões de euros, que inclui a verba para o Tribunal Central Administrativo do Centro (em Castelo Branco);  o Instituto de Registos e Notariado, para além de dar conta de estar em fase final de contratação de técnicos para os seus quadros, vai, em articulação com o Município de Penamacor, estabelecer um projeto piloto no qual, através de atendimento assistido, os cidadãos serão ajudados a utilizar o canal online onde estão disponíveis os atos de maior procura desta área;  a comparticipação de medicamentos aos beneficiários do Complemento Solidário para idosos será imediata, não tendo estes que esperar pelo reembolso;  as famílias que têm crédito à habitação poderão pedir ao seu banco para baixar e estabilizar a sua prestação durante dois anos, não aumentando o capital em dívida;  foi aprovada em Conselho de Ministros uma redução das portagens nas autoestradas do interior e na Via do Infante no montante de 30%, tendo os veículos pesados que circulem à noite um acréscimo da redução, para reduzir custos de contexto das famílias e empresas; o rating da dívida da República Portuguesa (aquele tema que abriu os noticiários durante semanas há doze anos) subiu para A+ na classificação dada pela Fitch, tendo a agência americana mudado a perspetiva sobre o nosso país e acreditando num excedente orçamental até ao final do ano.
Aplicando os filtros filosóficos a estes seis acontecimentos, é inegável tratar-se de verdades factuais e indesmentíveis, por isso passam o filtro da verdade. Sobre os filtros da bondade e da utilidade, acredito que só mesmo fazendo exercícios rebuscados de contraditório, baseados em mentiras e estratégias descaradas de tentativas de ganhos políticos a todo o custo, se poderá afirmar que são medidas que irão influenciar negativamente a vida de pessoas, empresas e instituições desta região.
A verdade é que reduzir custos de contexto, reduzir despesas às famílias, fixar organismos do Estado em regiões do interior do país, simplificar e aproximar valências aos cidadãos, garantir a saúde financeira das contas públicas para que delas se possa dispor ao serviço de todos é, com toda a certeza, bom e útil.

 

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