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Leitores: O Distrito de Castelo Branco e a sua cristalina desertificação

Abílio de Jesus Chaves - 04/08/2022 - 10:23

Todos sabemos que o interior de Portugal, se encontra mergulhado na sua mais profunda desertificação de sempre.

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Todos sabemos que o interior de Portugal, se encontra mergulhado na sua mais profunda desertificação de sempre. Como é natural, este imbróglio, é de difícil solução. Porém, acresce referir, a existência de problemas semelhantes em todos os outros Distritos do interior, mas com diferentes capacidades de regeneração. O Distrito de Castelo Branco, aparece -nos com um clima áspero, população idosa, evidentes sinais de uma ancestral e profunda pobreza porque sempre aqui se pagaram salários baixos. No entanto, nada justifica, o estado de subdesenvolvimento e despovoamento em que se encontra, por possuir evidentes condições para uma economia real e frutuosa, mesmo impar a nível Nacional. Para o efeito, basta deitar mão das ferramentas ao seu dispor que no essencial são seguintes: Um eixo industrial á espera de oportunidades, que vai da cidade da Covilhã, Fundão, Alcains, Castelo Branco até Vila Velha de Rodão. A cidade de Castelo Branco, provavelmente, possui a Zona Industrial mais bem estruturada do Pais. O Distrito é servido por duas vias de comunicação¬: Linha de Caminho de Ferro electrificada e a Auto estrada 23. São menos 250 quilómetros para o centro da Europa que o nosso litoral para onde exportamos grande parte das nossas mercadorias. Possui dois estabelecimentos de Ensino Superior, Universidade da Beira Interior sediada na Covilhã e o Instituto Politécnico de Castelo branco. Duas excelentes zonas de regadio de óptimos terrenos e de tamanho considerável, a Cova da Beira, produtora de excelente fruta e a Campina de Idanha- a- Nova, inacreditavelmente, a ser ocupada por amendoeiras, prejudiciais para peixes e águas dos rios, devido a pesticidas utilizados nas pulverizações, tendo a agravante de esgotar a água da barragem Marechal Carmona na Idanha que tanta falta faz para outras plantações. Em termos agrários, o Distrito possui, talvez, a povoação que poderia ser a mais rica do País, a Zebreira,  com a sua propriedade de 2.100 hectares de terreno, 800 a 900 hectares de grande qualidade, excelentes para regadio, desde que para lá fosse dirigido um canal da barragem de Idanha. É perto, o terreno é plano, de barro e sem pedras. Ironia do destino, a barragem de Idanha não enche. Não enche porque não querem. Esta lacuna era facilmente resolvida. Para o efeito, bastava um pequeno açude na serra se S. Miguel de Acha a segurar a água da ribeira de Vale preada que vem de Penamacor. O desvio deveria ser dirigido para o rio Torto em Proença-a- velha, a uns 3 quilómetros. O único tributário da barragem por lhe terem cortado o caudal do rio Ponsul com a construção da barragem de penha Garcia  a montante.No campo do turismo o Distrito tem a serra da Estrela, que vale o que vale. Existe ainda o Parque Natural do Tejo Internacional, nasceu torto e tarde ou nunca se vai endireitar. Um razoável embuste. Todavia, o grande trunfo do Distrito de Castelo Branco, chama-se montado de azinho. É colossal e está implantado nos melhores terrenos do Distrito. Atravessa a parte sul do Concelho de Castelo Branco e todo o centro do Concelho de Idanha- a -Nova. Não vou aqui narrar as suas potencialidades económicas. Eis o que disse um técnico espanhol da vizinha Estremadura á nossa televisão: Fomos aos Estados Unidos da América a ver como eles lá trabalhavam na agricultura, viemos, não fizemos igual, fizemos melhor. Hoje exportamos para toda a Europa e Médio Oriente. De seguida foi mostrado um montado de azinho enorme. Não tinha quaisquer matos debaixo das árvores. Foram construídas charcas para os animais beberem água no verão e se refrescarem. As árvores estavam o suficiente afastadas para não concorrerem umas com as outras na captação de humidade e nutrientes. A carne do porco preto é de excelente sabor porque na Península Ibérica se alimentam de bolota que possui um óleo que lhe cria essa qualidade. E mais não disse nem foi mostrado. No entanto, foi o suficiente para se verificar os danos económicos trazidos para o Estado Português e para os legítimos proprietários dos montados pelo sistema de exploração ali em vigor. São necessárias profundas alterações e gastar algum dinheiro. Se não sabem perguntam como é aos espanhóis. Com políticas económicas viradas para a lei do menor esforço, não saímos da cepa torta. Como não se faz nada. Reza-se. É assim que nos aparece a Santa Marina em Segura, Senhora da Piedade na Zebreira, Senhora do Almurtão em Idanha, Senhora de Mércoles em Castelo Branco, Senhora da Póvoa em Penamacor e Santa Luzia no Fundão. Haja saúde e coza o forno.                 
 Abílio de Jesus Chaves

COMENTÁRIOS

JMarques
à muito tempo atrás
O poder está prestes a atingir os seus objectivos e a concluir o trabalho a que se propôs, ACABAR/MATAR O INTERIOR, tudo fez para o conseguir, além de não investir, retirou/fechou todos os serviços.