A biblioteca da Escola Afonso de Paiva, em Castelo Branco, passou a chamar-se Joaquim Martins, em homenagem ao antigo diretor da escola.
A placa foi descerrada perante a família, que anunciou a cedência de parte da biblioteca particular do professor, que faleceu em 2018 aos 73 anos.
Edite Martins mostrou-se emocionada mas também convicta que no momento certo o marido seria homenageado convenientemente, ou não fosse esta a escola a que dedicou quase toda a sua vida profissional.
A história da escola é também a história do seu casamento, que aconteceu meses antes de a Afonso de Paiva arrancar.
Os dois lecionavam então separadamente, ela com as raparigas no liceu Nuno Álvares e Joaquim Martins com os rapazes no então Instituto de Santo António (na atual sede do Politécnico de Castelo Branco).
Foi lá que se sentaram lado a lado na primeira reunião preparatória da Afonso de Paiva, que ia ter turmas mistas, o que levou o então diretor a apontar para eles como o exemplo do que se pretendia com o casamento entre as suas secções. “E o casamento deve ter sido bem abençoado”, disse passados 50 anos desse momento.
Para a família, esta homenagem vinda da escola a que dedicou quase toda a sua vida profissional “é algo que nos enche a alma, a mim e à família”, que aproveitou para anunciar que doará “uma boa parte dos seus livros” à biblioteca escolar.
“Esta doação é para nós, família, uma honra e um privilégio”.
Os primeiros vieram no entanto dos netos, que levaram livros infantis das suas próprias estantes. Luís Santos, o diretor da Afonso de Paiva, prometeu que “trataremos dos livros do Joaquim o melhor que soubermos e pudermos”.
Para o presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco “dar o nome à biblioteca desta escola é uma homenagem mais do que justa e que faz sentido pela paixão que Joaquim Martins tinha pelos livros e pela literatura”.
Esta homenagem marcou o arranque das comemorações dos 50 anos da Escola Afonso de Paiva, em que a instituição recebeu a medalha de ouro do município.