A I República e o mito do Presidente-Rei Sidónio Pais é o tema em debate, dia 5 de outubro, em Alcains.
Sidónio Pais vem depois da Rainha Santa e de D. Sebastião
A I República e o mito do Presidente-Rei Sidónio Pais (assassinado a 14 de dezembro de 1918, no exercício do cargo) será o tema em debate, dia 5 de outubro, pelas 17H00, no Salão Alma Azul, em Alcains. Esta sessão, que decorre no dia em que se comemora a implantação da República Portuguesa, será dedicada aos Mitos da história de Portugal e decorrerá no formato de conversa-debate.
Fernando Pessoa dedicou a Sidónio Pais um extenso poema, com o título “Presidente-Rei”, contribuindo assim para o mito em torno de um Presidente da República, e chefe de um governo presidencialista autoritário. “Quem ele foi sabe-o a Sorte/ Sabe-o o Mistério e a sua lei. / A Vida fê-lo herói, e a Morte/ O sagrou Rei!”, destacou Pessoa.
Sidónio Pais nasceu em Caminha, a 1 de maio de 1872, mas viveu em Pedrógão Pequeno, na Sertã, e em Coimbra, onde foi professor de Matemática, na Universidade.
A 16 de outubro de 1908, profere na Sala Grande dos Atos da Universidade de Coimbra a “Oração de Sapiência”, na qualidade de lente catedrático. “O primeiro dever de quem fala é dizer o que pensa. Torcer as suas ideias para as ajustar às do auditório, procurando agradar, é servir um fim utilitário, egoísta. Pode calar-se, mas se fala tem de dizer o que está de harmonia com a sua consciência…”, sublinhou na abertura dessa sua intervenção.
Neste longo discurso manifestou muitas das ideias que iria por em prática enquanto ministro do Fomento no I Governo Constitucional, presidido por João Chagas, mas também quando exerceu o cargo de ministro das Finanças e, mais tarde, Presidente da República.
A vida de Sidónio Pais será contada através da Fotobiografia, editada pelo Museu da Presidência da República, com texto de Alice Samara, e fotografias de acontecimentos marcantes da I República. Esta abordagem da I República (1910-1926) através de Sidónio Pais, segue-se às sessões dedicadas, nestes Encontros de História de Portugal, à Rainha Santa Isabel (em julho) e a D. Sebastião e a Batalha de Alcácer Quibir (em agosto).