Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Aldeia de Figueira: Atelier da Aldeia abre com identidade do pão

Reconquista - 16/09/2021 - 8:00

O espaço do forno comunitário foi requalificado e está pronto a receber iniciativas. A primeira, como não podia deixar de ser, foi dedicada ao pão.

 

Partilhar:

O espaço do forno comunitário foi requallificado

A aldeia de xisto de Figueira, no concelho de Proença-a-Nova, ganhou um novo espaço comunitário, o Atelier da Aldeia, que foi inaugurado sábado, 11 de setembro, com a iniciativa “A identidade do pão”, integrada no projeto Beira Baixa Cultural 2.0.

O Atelier da Aldeia, segundo explica o município em comunicado, resulta da requalificação de um edifício devoluto, integrado no plano estratégico da Área de Reabilitação Urbana (ARU) do concelho de Proença-a-Nova.

Este novo espaço está dividido em duas áreas, uma das quais com forno a lenha, que permite desenvolver diversas iniciativas, como A identidade do pão, atelier dinamizado por Ana Mena e Rita Souto, e que permitiu recuperar uma das tradições com mais peso na aldeia, já que o forno comunitário era o coração da Figueira.

“Hoje em dia, a cozinha e o fazer pão está muita na moda”, referiu Ana Mena, esclarecendo que naquele atelier “faz-se o pão como se fazia antigamente, pelos processos tradicionais”.

Rita Souto apresentou a receita e os diversos tempos do processo, enquanto desmistificava a questão do glúten. “O pão está cada vez mais enraizado na alimentação, apesar de se dizer para se comer cada vez menos pão. Isso tem tudo a ver com o tipo de fermentação que é feita e como o nosso organismo digere o glúten, por ser uma fermentação rápida. Aqui também se desmistifica este problema, pois o glúten não faz mal, aliás, há milhares de anos que a base da alimentação do ser humano são os cereais”, sublinha.

Depois de se misturarem os ingredientes e de se amassar o pão, enquanto este fintava, Ana Mena apresentou algumas sugestões de como se cunhar o pão. Como os fornos comunitários eram muito grandes, várias famílias partilhavam o seu uso, pelo que era necessário colocar marcas que distinguissem os pães de cada um. Cada participante foi convidado a desenvolver a sua marca e a colocá-la no seu pão que, para finalizar o processo, foi a cozer no forno de lenha.

Para além desta iniciativa do projeto Beira Baixa Cultural 2.0, financiado pelo Centro 2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) da União Europeia, o Atelier da Aldeia irá receber atividades da gastronomia ao artesanato, com objetivo de “preservar costumes e saberes e dinamizar a aldeia e a sua visitação”, podendo ser desenvolvidas, por exemplo, pela Soul - Speaking Out Loud, projeto da habitante Joana Pereira e que ganhou o primeiro prémio na categoria “Tourism Up” com uma aplicação em formato de jogo dedicado a conhecer o território e todos os pontos de interesse. O programa de apoio a empreendedores na área do turismo é da responsabilidade da Territórios Criativos, em parceria com o Turismo de Portugal, que teve apoio do Município. Joana Pereira acredita que o Atelier da Aldeia poderá ser a casa de partida para a maturação desta ideia como também de muitas outras iniciativas a desenvolver com os parceiros locais.

A requalificação trouxe também à aldeia casas de banho públicas, dando assim resposta a uma das lacunas da Figueira que, fazendo parte da rede das Aldeias do Xisto, é um dos pontos de visita obrigatórios no concelho.

COMENTÁRIOS