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Arbitragem: Izaldo Barata colocou um ponto final na carreira

Artur Jorge - 23/06/2021 - 14:38

Em 2013 quase alcançava a 1.ª categoria. Árbitro alcainense construiu uma carreira muito sólida e granjeou o respeito dos agentes do desporto.

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Izaldo Barata despediu-se da arbitragem após mais de duas décadas a apitar jogos

Aos 47 anos, com mais de duas décadas de ligação à arbitragem e quinze temporadas nos quadros nacionais, Izaldo Barata colocou um ponto final na carreira. Chegou a estar a um passo da primeira categoria de futsal em 2013, naquele que seria o seu grande momento na arbitragem. Não obstante este ‘quase’, o cidadão alcainense construiu uma carreira muito sólida e granjeou o respeito dos agentes do desporto. Reconquista regista, em discurso direto, a despedida de Izaldo Barata dos campos e quadras de jogo.

É um ponto final por limite de idade…

- “Os regulamentos assim o determinam. Chegou a minha hora. Mas, apesar de estar quase a completar 48 anos, sinto-me em boa forma física”.

Já é possível fazer um balanço?

- “Um balanço claramente positivo. Faltou-me alcançar a 1.ª divisão de futsal. Objetivo que nem tinha colocado quando iniciei a carreira”.

Aliás, começou no futebol…

- “Precisamente. Eu gostava era de ser árbitro de futebol. Tirei o curso em 2000. Devido à escassez de recursos humanos, fui convidado a dirigir também jogos de futsal. E a ligação a esta modalidade foi-se tornando mais séria. Em 2005/06 fui o 1.º classificado a nível distrital. Tirei 97 pontos nas provas de acesso aos quadros da FPF e fui o primeiro das provas físicas. Aí acabou o percurso de árbitro de futebol”.

Em 2013 esteve com um pé na 1.ª categoria.

- “Fiquei a poucas décimas! Sempre tive a preocupação de estar atualizado nas leis do jogo e bem preparado do ponto de vista físico. Nunca fui penalizado nas provas escritas, nem nas físicas. E, realmente, estive muito perto da 1.ª divisão.

Tem um percurso muito regular…

- “Foram 15 anos de arbitragem nacional, onde tive o privilégio de dirigir muitos e bons jogos, Em todos os escalões. Integrei equipas que arbitraram em jogos da seleção nacional. Cheguei a um patamar onde os árbitros são todos bons e, por isso, tive sempre algo para aprender com eles. Sempre procurei preparar-me bem”.

O que guarda para sempre da arbitragem?

- “As amizades que fiz desde o primeiro dia. Em todo o país, não só com os colegas com quem fiz equipa, como também com a grande maioria com quem lidei. Foram muitas aventuras vividas nos milhares de quilómetros que percorri no continente e nas incursões às ilhas”.

Houve também momentos complicados…

- “Vivi o pior momento quando fui agredido num jogo da Taça de Portugal feminina pelo pai de uma jogadora. Ainda hoje não consigo encontrar justificação para que um espetador salte da bancada e agrida nas costas um árbitro que advertiu uma jogadora. Não pode valer tudo!”

Vai ficar ligado à arbitragem?

- “O meu desejo é esse. Noutras funções, naturalmente. Mas, caso não se abram portas, equaciono alternativas, como dedicar-me mais ao atletismo ou assumir-me como dirigente. Isto sem nunca abdicar de tempo para a família”.

Uma palavra para aqueles que pensam num futuro na arbitragem.

- “É uma mensagem de incentivo. Sobretudo aos árbitros da AFCB. Apenas com trabalho, dedicação e muita autoconfiança se pode ter uma carreira longa e com algum êxito”.

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