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Arte: Magali Candeias expõe em Famalicão até meados de junho

José Júlio Cruz - 05/05/2021 - 15:49

Solo Goya é o título da exposição que inaugurou recentemente na Galeria da Casa Museu Soledade Malvar.

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Foto Facebook de Magali Candeias

Magali Candeias está a expor na Galeria da Casa Museu Soledade Malvar, em Famalicão até meados de junho.

A artista plástica nasceu em França em 1978, mas como a própria faz questão de frisar ao Reconquista é filha de beirões e passou parte da sua infância em São Vicente da Beira e adolescência em Castelo Branco, cidade onde cresceu, estudou e lecionou.

A sua formação de base é na área do Ensino de Educação Visual e Tecnológica, mas mais tarde licenciou-se em Artes Plásticas e fez mestrado em Estudos Artísticos na Faculdade de Belas-Artes do Porto.

Como ela mesmo lembra, expõe desde 2005. A artista refere que “explora fragmentos da sua experiência e relaciona-os com figuras históricas para que possam assumir um papel interpretativo, numa linguagem que convoca aspetos metafóricos em conceitos como a identidade, podendo as obras assumirem por vezes, uma perspetiva autobiográfica”.

A interpretação, como também diz, “é deixada ao espectador, conduzindo-o à construção de mundos imaginários percecionados através de símbolos que têm uma conexão com a mensagem «não-direta» a transmitir”.

Os meios técnicos em que se expressa vão desde a pintura, à fotografia e à instalação.

«Solo Goya» é o título da Exposição que inaugurou recentemente na Galeria da Casa Museu Soledade Malvar, em Famalicão. Esta mostra de obras, como Magali Candeias explica, “faz parte de uma série interpretativa da obra de Goya: «The black Duchess», de 1797”.

“Tintas, texturas e tecidos, são retirados do seu contexto e convidados a dialogar com formas e espaços vazios para criar uma nova linguagem plástica, segundo uma visão contemporânea da obra de Goya”, contextualiza Magali Candeias, que acrescenta: “A ausência de captação do mundo exterior, dá lugar a uma abstração formal, relacionando a figura soberana da pintura, com o suprematismo russo de Malevich, cujos aspetos visuais do mundo-objetivo se traduzem na figura-fundo e num «mundo não-objetivo» ligado às emoções”.

“A ausência de cor surge muitas vezes através de uma cumplicidade dessa relação figura-fundo, espaços cheios/vazios, construção e desconstrução da forma e do corpo”, como também refere, e as “texturas e as misturas de tinta funcionam como um percurso estabelecido nos processos das suas experiências”. “A ironia, a destruição da quietude das coisas estabelecidas refletem-se na desconstrução do trabalho para revelar uma inscrição da forte presença da figura da duquesa, na obra de Goya. Cada gesto pode conter na ausência de elementos, um significado que convida o espectador a decifrar ou a recriar, segundo a sua própria visão”, conclui.

A Exposição pode ser vista até ao próximo dia 11 de junho. A artista frisa ainda ao Reconquista que “espera num futuro próximo poder trazer esta mostra até à Beira Baixa”.

 

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