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Autárquicas: A luta da CDU continua fora da assembleia em Castelo Branco

José Furtado - 06/10/2021 - 16:09

PCP admite que ficou aquém das expectativas e lamenta saídas das assembleias de Castelo Branco e Idanha.

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Felicidade Alves votou nos antigos CTT. Foto Júlio Cruz/ Reconquista

O PCP está pela primeira vez fora da Assembleia Municipal de Castelo Branco e também não estará na Assembleia de Freguesia de Castelo Branco nos próximos quatro anos. A CDU, que nunca tinha baixado dos 1300 votos, teve agora 780 para a assembleia municipal e 590 para a câmara municipal. Resiste apenas nas assembleias de freguesia de Malpica do Tejo e de Lardosa, com um eleito em cada.

“Não foram os resultados que estávamos à espera. Ficaram muito aquém das expectativas para o trabalho que tínhamos realizado. Fomos prejudicados pelo voto útil nos primos ideológicos”, analisa Felicidade Alves, que liderou a lista à Câmara Municipal de Castelo Branco. A bipolarização entre o candidato do PS e um dissidente dos socialistas foi na sua opinião fatal para as aspirações da CDU mas também do BE e até do PSD. O exemplo está em Malpica do Tejo, onde depois de ter sido a segunda força política em 2017 a CDU foi empurrada para o terceiro lugar pela divisão do voto socialista entre o PS e o Sempre.

Os comunistas saem dos holofotes mas continuam a ser “um partido de luta e resistência” e Felicidade Alves garante que não vai esmorecer a intervenção na sociedade albicastrense.

“O povo do município não nos escolheu mas nós estamos disponíveis para lutar para que o concelho se desenvolva harmoniosamente e em que as forças agora eleitas se empenhem para retirar o concelho da depressão em que está e que se sente nas freguesias com a falta de jovens”, disse a candidata, para a qual “é nas empresas e nas ruas que vamos dar conta das nossas aspirações, dos nossos objetivos e das exigências para o concelho”.

Felicidade Alves, que chegou a representar a CDU na Assembleia de Freguesia de Castelo Branco, regressou nestas eleições disposta a dar um exemplo. “Para mim foi uma tarefa que se cumpriu com todo o gosto e com todo o empenho. Estou com uma certa idade mas não sou para deitar fora. É um testemunho que deixo às minhas netas e aos meus filhos porque a democracia nunca está feita e é na luta que se constrói”.

BALANÇO A Direção da Organização Regional de Castelo Branco do PCP diz que os votos reunidos pela CDU no distrito “ficam aquém dos objetivos eleitorais traçados”. Os comunistas referem-se em especial ao desaparecimento desta coligação das assembleias municipais de Castelo Branco e de Idanha-a-Nova. Esta descida nos dis concelhos é para os comunistas a consequência da “intensa bipolarização” que se verificou nestes dois concelhos, onde nestas eleições entraram em jogo as candidaturas independentes. A campanha “foi condicionada pela evolução da epidemia, limitando o contacto direto com as populações em que assenta o trabalho da CDU e foi uma campanha que não contou com os meios apresentados por outras forças políticas, contando sobretudo com a capacidade dos seus candidatos para chegar às pessoas”.

Apesar dos maus resultados, o PCP realça o aumento da votação em seis concelhos, a presença em órgãos autárquicos de sete dos 11 concelhos do distrito e a eleição de um vereador em Belmonte, o que coloca a CDU no papel de fiel da balança num executivo onde o PS tem dois vereadores e o PSD outros dois.

A concelhia de Castelo Branco também reagiu oficialmente através de um comunicado divulgado no dia 7, repetindo muitos dos argumentos deixados pela organização regional e pela própria candidata.

Nesta nota refere ainda que em Castelo Branco "existiu uso e abuso de meios institucionais para fins eleitorias".

 

Notícia atualizada a 7 de outubro às 10H30

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