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Autárquicas: Candidatos a Castelo Branco responderam aos jovens

José Furtado - 23/09/2021 - 10:00

VÍDEO A EcoGerminar, em parceria com o Reconquista, promoveu um debate inédito com cinco das sete candidaturas à câmara.

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A maioria das forças políticas que concorrem à Câmara Municipal de Castelo Branco nas eleições de domingo debateram durante mais de duas horas, numa iniciativa promovida pela Associação EcoGerminar, em parceria com o Reconquista.

O jornal transmitiu em direto o debate que decorreu por videoconferência e juntou as cabeças de lista Felicidade Alves da CDU e Margarida Paredes do BE e ainda Hélder Henriques do PS, Jorge Pio do Sempre e João Abrantes do MPT, que são os número dois das respetivas listas à câmara. A coligação PSD-CDS-PPM e o Chega não se fizeram representar, de acordo com a associação.

O debate inserido no Dia Internacional da Democracia teve perguntas colocadas por três jovens. Francisco Coelho, Diana Proença e Maria Proença, com 16 e 15 anos respetivamente, moderaram também o debate, cuja primeira parte foi dominada pelo tema da educação.

Felicidade Alves, da CDU, mostrou a oposição da coligação à municipalização do setor, entendendo que esta traz desequilíbrios entre concelhos, porque nem todos têm uma boa gestão financeira, o que para a candidata da CDU “fere o princípio de equidade”.

No entanto concorda que a câmara deve dar condições para que as escolas possam desenvolver o seu trabalho, como a requalificação de instalações ou a contratação de assistentes operacionais. Em Castelo Branco a câmara municipal assumiu competências na educação faz agora um ano, lembrou Jorge Pio, do Sempre.

Refeitórios, manutenção dos edifícios e pessoal docente estão sob alçada do município “e neste último ano verificou-se um forte investimento”, recordando as obras que foram feitas na Secundária Nuno Álvares e na escola da Granja, além da compra de computadores e a contratação de cerca de 60 assistentes operacionais.

Margarida Paredes, do BE, vê na escola um instrumento “fundamental para o exercício da cidadania na nossa sociedade e tem de ser inclusiva e o mais igualitária possível”, defendendo politicas para a integração de minorias e a formação de mediadores escolares “oriundos das classes racializadas mais representativas localmente”.

“Eu sei que há uma escola que funciona como um gueto e nós temos de promover a inclusão e a cidadania”, afirmou.

João Abrantes, do MPT, quer uma política educativa alargada que comece no pré-escolar e vá até à universidade sénior, defendendo a criação “de pelo menos duas creches gratuitas com acesso preferencial para jovens casais que estejam a residir no concelho” e uma gestão da educação, participação e planeamento “com toda a sociedade, principalmente com os alunos”.

O PS também propõe creches gratuitas para todas as crianças do concelho, uma reorganização da oferta do ensino profissional “para evitar a sobreposição de cursos” e ainda “um programa especial de recuperação de aprendizagens porque entendemos que é preciso dar oportunidade a quem não conseguiu acompanhar de forma tão igual durante a pandemia”, enumerou Hélder Henriques. O candidato do PS deixou ainda uma farpa ao Sempre, afirmando que este não governa a câmara municipal. “Quem está a governar a câmara, pelo menos em teoria, é o Partido Socialista. Este tipo de apropriações não fica bem a ninguém”.

Neste debate, que foi longo, falou-se ainda de temas como o ambiente, a digitalização, a igualdade ou o desporto, com respostas que podem ser vistas e ouvidas na área de vídeos do sítio do Reconquista ou nas redes sociais do jornal e da EcoGerminar. Marco Domingues, o presidente da associação, disse na abertura que o convite feito aos jovens pretende que estes se assumam “enquanto protagonistas do desenvolvimento de Castelo Branco”, numa iniciativa inserida no Projeto “Democracia para Menores”, do Programa Cidadãos Ativ@s da Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Bissaya Barreto. Para a história deste debate, o único organizado a nível local, fica ainda a mensagem final da assistente social Ana Rute Inácio de que a política diz respeito a todos e que o exercício da cidadania e da democracia “é também ter consciência dos direitos e obrigações das pessoas”. A assistente social espera também que os participantes “possam utilizar a política para tornar um mundo num lugar melhor e atender às necessidades das comunidades albicastrenses”.

 

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