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Autárquicas: Candidatos a Castelo Branco debateram na RTP

Reconquista - 27/08/2021 - 21:30

Passado e futuro do concelho cruzaram-se no debate organizado pela televisão pública.

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Foto Pedro Pina/ RTP

São sete, querem assumir os destinos da Câmara Municipal de Castelo Branco durante quatro anos mas no primeiro frente-a-frente nestas eleições assumiram de forma clara ou nem tanto o que vão fazer no dia seguinte à contagem dos votos se não houver uma maioria de um só partido.

Os candidatos à autarquia albicastrense debateram durante quase uma hora na RTP3, que juntou Leopoldo Rodrigues do PS, Luís Correia do Sempre, João Belém da coligação PSD-CDS-PPM, Felicidade Alves da CDU, Margarida Paredes do BE, Rui Paulo Sousa do Chega e Rui Amaro Alves do MPT.

À última pergunta, sobre os resultados e possíveis acordos após as eleições, quatro candidatos disseram claramente que esperam ganhar e se possível com maioria: Leopoldo Rodrigues, Luís Correia, João Belém e Rui Paulo Sousa.

Só divergem nos possíveis acordos. O candidato do PS exclui Luís Correia da equação, afirmando que na política “há ética e linhas vermelhas que não devemos ultrapassar”.

O antigo companheiro de partido, que agora concorre como independente, diz-se disponível “para dialogar com todos” se não obtiver uma maioria. João Belém deixa a decisão sobre possíveis acordos para depois de contados os votos mas Rui Paulo Sousa oferece-se já como apoio à coligação de direita, deixando claro “que estaremos dispostos a fazer coligação com o PSD”. Uma hipótese que Margarida Paredes vê como “um futuro muito negro”, prevendo que a governabilidade seja “muito confusa”.

Rui Amaro Alves também terá linhas vermelhas mas estas serão para “renunciar aos 25 anos de governação do PS”.

Colocados frente-a-frente no cenário, Luís Correia e Leopoldo Rodrigues protagonizaram o primeiro embate de uma noite, que tinha começado com a jornalista Luísa Bastos a lembrar que são primos por afinidade. O candidato do PS disse que é "presunçoso" alguém apoderar-se da obra do partido nos últimos 24 anos e que Luís Correia "não é candidato do PS porque perdeu o mandato".

Luís Correia devolveu a crítica argumentando que Leopoldo Rodrigues foi um dos signatários do manifesto a seu favor e que o PS “via em mim o melhor candidato”, falando em “outros interesses” para que assim não fosse. João Belém também seria confrontado com as divisões internas dentro do PSD mas arrumou a questão afirmando que o problema “está ultrapassado”.

Os casos a que Luís Correia e o PS foram associados nos últimos anos estiveram de forma mais ou menos explícita nas primeiras palavras dos candidatos. Margarida Paredes disse que "não tenho nenhuma rede de clientelismo associada ao meu nome" mas instada a concretizar acrescentou que não pretendia “apontar o dedo a ninguém".

Felicidade Alves, da CDU, afirmou querer uma gestão "isenta e livre de amiguismos" e de "ligações a famílias e familiares", pondo fim a 24 anos de poder "absoluto" e "presidencialista". Para Rui Amaro Alves o problema não é apenas rosa, apontando o dedo a uma " coligação negativa" que "se apropria dos dinheiros públicos" e que é constituída pelo PSD, PS e pelo Sempre. Rui Paulo Sousa fez o ataque mais direto a Luís Correia e Leopoldo Rodrigues, afirmando que em Castelo Branco “a corrupção ignora-se”. Luísa Bastos lembrou que não houve nenhuma acusação por corrupção mas o candidato do Chega não desarmou: “se perdeu o mandato por algum motivo foi”. Luís Correia acusou o candidato de dizer “falsidades”.

Em 50 minutos de debate houve apenas tempo para falar da Dielmar e das repostas para a perda de população. Sobre a fábrica de Alcains, os candidatos do PS e do Sempre assumiram que não ficaram surpreendidos com a insolvência e os do Chega e do MPT a demonstrarem a estranheza com este desfecho. Quase todos assumiram que a câmara tem uma palavra a dizer numa solução para a manutenção da marca e dos postos de trabalho em Alcains.

O tema da perda de população e das soluções para a travar acabaria por ser o mais sumarento ao nível das propostas. Leopoldo Rodrigues propôs a devolução do IRS, creches gratuitas e a criação de habitação através da reabilitação com rendas a preços acessíveis. Na mesma linha, João Belém inclui a descida do IMI e das taxas da água, defendendo uma política de apoio à família. Luís Correia acusou o antigo aliado de querer para Castelo Branco ideias que não resultaram noutros concelhos, como a redução do IRS, contrapondo com a criação de emprego qualificado e anunciando até uma nova empresa com 200 postos de trabalho, que levou Rui Paulo Sousa a acusar o candidato do Sempre de pensar “que ainda é presidente”.

Felicidade Alves disse que é preciso aumentar os rendimentos e a câmara deve escolher empresas que tragam emprego qualificado em vez de tornar a cidade na “capital do emprego precário”, referindo-se aos centros de contacto. A habitação "é um caos" e Luís Correia "não fez nada pelo castelo", acusou a candidata da CDU. Margarida Paredes propõe que seja atraída a geração mais nova, com aumento do peso da habitação pública na zona histórica com uma bolsa de habitação, um subsídio de instalação a fundo perdido e o acolhimento de imigrantes, ideia atacada pelo candidato do Chega.

Rui Amaro Alves justificou a perda de habitantes com más políticas do passado, acusando Luís Correia de vender 78 lotes para construção que valeram à câmara cerca de dois milhões de euros mas onde foram construídas casas que poderiam ter sido disponibilizadas a custos mais baixos.

O debate pode ser visto nesta ligação

 

 

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