Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Autárquicas: Marisa Matias (BE) defende que o património não tem fronteiras

José Júlio Cruz - 21/09/2017 - 9:00

Marisa Matias visitou a Serra da Gardunha acompanhada pelos candidatos autárquicos do BE a Castelo Branco e Fundão e também de alguns elementos que compõem a Plataforma Cidadãos pela Gardunha. 

Partilhar:

A dirigente nacional do BE entende que o país e a UE têm de encontrar uma solução satisfatória

A dirigente nacional do BE Marisa Matias visitou a Serra da Gardunha na passada terça-feira acompanhada pelos candidatos autárquicos daquele partido aos concelhos de Castelo Branco e do Fundão e também de alguns elementos que compõem a Plataforma Cidadãos pela Gardunha. Os recentes incêndios florestais que destruíram grande parte do património florestal, histórico e agrícola destes concelhos foi logicamente o tema que ocupou grande parte de uma conferência de imprensa que teve lugar ao final do dia em Louriçal do Campo.

Com críticas de Lisboa a Bruxelas sobretudo ao nível da falta de vontade política dos sucessivos governos nacionais e comunitários no que à reforma da floresta diz respeito, esta dirigente do BE considera essencial que Portugal e a União Europeia (UE) se centrem no "desbloqueamento" que existe atualmente no acesso aos fundos de prevenção da união que não foram "desenhados" para atacar os problemas florestais dos países do sul, mas sobretudo outras catástrofes naturais (como é o caso das cheias) que afetam os países do centro e do norte da UE. Para além desta questão central, Marisa Matias apontou ainda a excessiva burocratização, os cortes de financiamento, a proibição ao investimento, o desmantelamento dos serviços florestais e a excessiva cultura do eucalipto como outros fatores a ter em conta na hora de se mudar radicalmente o atual estado de coisas na floresta portuguesa.

É urgente, na sua opinião, que tanto a nível europeu, como nacional e concelhio, "as pessoas se entendam de uma vez por todas e deixem de olhar apenas para o seu pequeno local, porque este património não tem fronteiras", como fez questão de frisar.

Para além disso, reconhece que o facto de apenas 3% da floresta nacional estar sob o controle do Estado cria constrangimentos a que se possa intervir a fundo nesta questão. "O território está desvalorizado e tem de haver uma vontade política enorme para se alterar o atual quadro, porque não é possível que os sucessivos governos continuem a fechar os olhos sobre o que se está a passar", disse.

Elogiando o trabalho desenvolvido pelo BE no Parlamento pela forma séria com que tem enfrentado o problema, Luís Barroso, candidato à Câmara de Castelo Branco, alertou para o facto de que "se os governantes continuarem a nível nacional e local teimosamente a não verem o que está a acontecer, esta e outras regiões caminham para o deserto". Também Cristina Guedes, candidata à Assembleia Municipal do Fundão, lembrou a necessidade de "uma reflorestação planeada e devidamente estruturada".

Os representantes da Plataforma Cidadãos pela Gardunha explicaram o trabalho que estão a desenvolver e anunciaram, para breve, a entrega às mais altas entidades do Estado português de um Manifesto por uma Serra da Gardunha Viva que se encontra a ser ultimado entre a mais de meia centena de entidades e organizações que a compõem.

COMENTÁRIOS