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Avós Cientistas: Trabalhos contados em histórias e cantigas

Lídia Barata - 30/05/2019 - 8:00

Avós, pais e netos encheram o auditório da Agrária para a cerimónia de entrega de prémios da quarta edição da competição

 

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Os alunos premiados na quarta edição

“Tau, tau, tau, vira o bacalhau”. Assim cantavam as mulheres que viravam o bacalhau durante o processo da seca, disfarçando as agruras do trabalho, tema tradicional que os meninos da educadora Rita Magano, do Centro Escolar do Troviscal, de Oliveira do Bairro, cantaram para o público que encheu sábado, dia 25 de maio, o auditório da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB), na entrega dos prémios da quarta edição do concurso Os Nossos Avós Eram Cientistas, promovida pelo Clube UNESCO Ciência, Tradição e Cultura do IPCB.

O trabalho, “O sol e o vento na cura do bacalhau – a secagem como método de conservação”, foi o vencedor da categoria Jardim-de-Infância, como Reconquista já havia divulgado, enquanto na categoria do 1.º Ciclo do Ensino Básico, o vencedor foi o trabalho “Propriedade purificadora do carvão ativado”, da Escola Básica do Brejo, de Oliveira de Azeméis, da professora Sónia Pereira, que revelaram que o carvão já era usado para purificar a água, por exemplo, há 3400 anos, concluindo que, “não só os nossos avós eram cientistas, como já eram os de Jesus Cristo”. Também descobriram que o carvão resulta como eliminador do odor do chulé dos sapatos.

Muitas histórias, muitas curiosidades, muitas rimas e muito mais se aprendeu com estes cientistas de palmo e meio, que nunca mais vão esquecer estes ensinamentos. E até vocabulário novo, como referia uma das crianças que trabalhou a temática do queijo. E uma vez mais, o fez a rimar: “Da ovelha tiro o leitinho/ Para fazer o meu queijinho/ Vou apertando o acincho/ Com muito amor e carinho”.

Este ano os trabalhos que arrecadaram os primeiros lugares das duas categorias vieram do norte, mas também o Alentejo voltou a estar presente em força e, felizmente, também as escolas da região de Castelo Branco começam a participar de modo significativo.

Maria Eduarda Rodrigues, administradora do IPCB, em representação do presidente, não escondeu a sua satisfação pela forma como estes netos aprenderam os ensinamentos dos avós, confessando que, sendo já avó, também a neta veja “como uma cientista”.

Augusto Alves, vice presidente da Câmara de Castelo Branco, afirmou que o município “tem sido observador atento destas parcerias”, reiterando que “os avós são a memória viva dos tempos e se forem ‘cientistas’ ainda melhor”. Parceiro ativo este ano foi a Junta de Freguesia de Castelo Branco. O presidente, Leopoldo Rodrigues, destacou a importância de “ligar os netos, aos avós, à ciência, à culturas e colocar as crianças a pensar ciência”. E sublinha que “o concurso vai crescendo em número de participantes, de projetos, de qualidade, pelo que vale a pena continuar”. Lídia Barata, do Reconquista, destacou o aumento da participação congratulando-se pelo número crescente das escolas também de Castelo Branco. Já José Pedro Marques, da Science Track lembrou que “não foi por acaso que os nossos avós foram cientistas, pois foram os seus ensinamentos que nos permitiram chegar ao patamar atual”. Elogios aos trabalhos e ao número de participantes foi também o que sublinhou Leonor Saraiva, do Instituto Politécnico de Setúbal e membro do júri deste a primeira edição.

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