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Leitores: A perda de força política das Beiras

Nuno Miguel Henriques - 30/11/2017 - 9:59

Como beirão orgulhoso, refiro que sempre que se encontra alguém no mundo, que tenha sangue destas terras, é para nós uma enorme honra.

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Como beirão orgulhoso, refiro que sempre que se encontra alguém no mundo, que tenha sangue destas terras, é para nós uma enorme honra. Felizmente temos beirões e descendes de gente da beira baixa e da beira alta, com muito sucesso em todo o planeta.
Mas precisamos de repensar a nossa linha de orientação estratégica, num mundo cada vez mais global, onde tudo se transformou num súbito e os políticos locais, regionais e nacionais, continuam na sua maioria das vezes a ter um pensamento do século XX, sem grandes atualizações ideológicas e de conceção da nossa Nação e Região. 
Todos nós sabemos que existe um estigma, em relação a uma palavra que é “Interior”. 
Claro que se vulgarizou a palavra e a expressão “Beira Interior” em detrimento das verdadeiras expressões e mais genuínas como Beiras; Beira Baixa e Beira Alta.
Esta expressividade que começou a ser vulgarizada após o 25 de abril de 1974, sem nos apercebermos criou-nos uma zona, que nas mentes reinantes da República Portuguesa e dos seus poderes mais ou menos claros, não passa de um território sem inteligência, sem força motora, sem gente capaz e mobilizadora, o que é completamente errático. 
Obviamente que hoje o chamado “lobby das beiras” não tem a influência de outros tempos, mas o sangue corre-nos nas veias e sabemos como o usamos quando se trata de defender o que se precisa, com afinfo e credibilidade, independentemente do lugar onde nascemos, credo ou partido.
Não posso deixar de dizer que hoje os nossos Deputados da Nação são de facto beirões, sem as imposições das cúpulas como aconteceu durante anos, pelos dirigentes nacionais dos grandes partidos, mas precisam de ser verdadeiramente “deputados da beira baixa”, defendendo os nossos interesses, sem medos e sem ser em apenas um minuto em caso de calamidades, como aconteceu recentemente. Precisamos de deputados da região em exclusivo, sem terem um pé na Assembleia da República e outro nas empresas ou escritórios, apresentando-se a tempo inteiro, até porque erradamente estes não têm limite de mandados e deviam ter, tal como os Presidentes de Câmara Municipal (limitação que devia ser a todos os autarcas vereadores).
O turismo, a agricultura, as florestas, a mudança nas políticas de mobilidade e até nas portagens, são grandes temáticas que precisam com tolerância de uma estratégia comum aos vários sectores políticos, com diálogo interpartidário e não só, para se fazer a renovação tranquila, mas urgente e necessária, bem como duradoura a favor das pessoas e do nosso território, sustentadamente e liberta de outros interesses.  
Acredito que é preciso também, fazer a reconciliação entre os políticos e os eleitores e até em alguns casos particulares, reintegrar e fazer uma refiliação de militantes desavindos dos grandes partidos, como é o caso do PSD e do PS, para se construir uma Beira Baixa, mais próspera, mais central e dinâmica, numa inovação cultural de paradigmas, onde a interioridade não ocupe lugar, porque afinal somos o centro do país e uma região de grande proximidade a uma Capital Europeia estrangeira como MADRID, em pouco mais de 200 minutos, via Termas de Monfortinho, com uma autoestrada sem portagens para a Europa, faltando apenas a ligação em Portugal até à A23.  
A Beira Baixa é o orgulho de todos nós, não a prejudiquem mais. Basta de palavras, vamos já agir, porque o futuro começa agora.
 
beirabaixa@nunomiguelhenriques.com  
www.nunomiguelhenriques.com 

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