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Leitores: Basta! Se querem fechar o Interior, assumam-se

Luis Filipe Santos - 20/10/2022 - 9:40

Ao longo das últimas campanhas eleitorais, a única expressão que ecoava na discussão regional, maná dos tempos modernos, era a “coesão territorial”.

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o longo das últimas campanhas eleitorais, a única expressão que ecoava na discussão regional, maná dos tempos modernos, era a “coesão territorial”. Ela brotava da boca de todos os candidatos, prometia igualdade no tratamento, fazia esquecer as diferenças populacionais entre o Interior e o Litoral.  Na boca de alguns, a coesão não só iria esbater as diferenças, como iria fazê-las desaparecer.
Há alguns anos, no início do mandato de António Costa, criou-se uma Unidade de Missão para a Valorização do Interior, sedeada em Lisboa, esse local do Interior profundo, mas apresentada em Idanha-a-Nova, nos primeiros 100 dias de mandato, abençoada por todos os autarcas, chamados para compor o ramalhete da bênção. Desde a exibição no Centro Cultural Raiano, realizaram-se vários estudos, concluídos com a apresentação das conclusões da Prof. Helena Freitas que, após perceber o objetivo mediático desta Unidade, demitiu-se, passando o testemunho ao atual Secretário de Estado das Florestas, João Paulo Catarino, promovido de subcoordenador da Valorização do Interior para Secretário de Estado.
A Secretaria de Estado da Valorização do Interior assentou arraiais em Castelo Branco, mudança combatida pelo PSD, de forma aguerrida, conforme se pode provar pelas dezenas de intervenções produzidas pelo meu antecessor, Manuel Frexes e por mim próprio. Sempre colocámos em causa, a validade de uma instituição descentralizada com 2 assistentes operacionais para abrir portas aos visitantes. Queríamos um sinal político, não um edifico vazio cedido no centro da cidade de Castelo Branco. A bandeira não passava apenas de uma mensagem bem explicita, onde dizia “O rei vai nu”. Mas ninguém percebeu….até hoje. 
Os sinais eram visíveis e são resultado de uma estratégia bem percecionada, onde nenhuma palavra, corresponde aos atos, apesar de ser dita com um sorriso nos lábios.
A Secretaria de Estado da Valorização do Interior passou a Ministério da Coesão Territorial, tutelada pela Ministra Ana Abrunhosa. Passámos a ter assento no Conselho de Ministros. E do que é que isso nos serviu?
Desde 2019, a trapalhada tem vindo a aumentar, com o carimbo do interesse pelo Distrito de Castelo Branco. Em primeiro lugar, o dossiê das portagens. Desde a sua introdução, o argumento alterou-se ao longos dos tempos. Primeiro, foi o PSD que introduziu (desmentido pela portaria publicada pelo beirão Sócrates), depois o PS iria baixar em 2015 (nunca se interessou, sobretudo quando Passos Coelho já tinha renegociado com as concessionárias a respetiva descida gradual), em 2019, foi prometida a sua abolição (mandaram o desconto de 50% proposto pelo PSD para as urtigas, lembram-se?), reforçado pela sonora afirmação de Ana Abrunhosa aos meios de comunicação social regional que se demitia, se não houvesse descontos (os links das afirmações estão disponíveis online). Chegados a 2022, a maioria absoluta do PS bate à nossa porta em janeiro e as promessas da resolução dos nossos problemas, com a responsabilidade acrescida de termos, como cabeça de lista, a Ministra da Coesão Territorial.
A incapacidade demonstrada em resolver problemas é gritante, mas a forma como se desculpa pela sua não resolução é única e devia ser caso de estudo. Já a ouvimos criticar o Governo “mais centralizador em que trabalhou”, agora assume que necessita do apoio das associações do Interior para não se sentir fragilizada no Conselho de Ministros.
Mas, verdadeiramente, quem a fragiliza é a incapacidade para lidar com os atores do território, explicita, na forma, como uma informação (nem sei como a definir, se oficial ou oficiosa) veiculada por uma Comissão de Acompanhamento formada por peritos, nomeada para apresentar uma reforma de reorganização das maternidades em pleno Verão Quente de urgências fechadas, destroça o trabalho de tantos.
E que brilhantes conclusões tiraram? Levantaram a possibilidade de encerramento das duas maternidades do Distrito de Castelo Branco (Castelo Branco e Covilhã). Curiosamente, das poucas que não encerraram por falta de profissionais. No maior eixo populacional do Interior de Portugal.
Até agora, silêncio total dos ministros e deputados do PS. Pânico nas populações. Os hospitais apanhados de surpresa. E o Distrito de Castelo Branco, novamente, sobre fogo cerrado pelas piores razões.
Basta….Se querem fechar o Interior, assumam-se. Mas, pelos menos, digam a verdade toda.

Luis Filipe Santos
Presidente do PSD Distrital de Castelo Branco
Luis.santos@psdcastelobranco.pt 

COMENTÁRIOS

JMarques
à muito tempo atrás
Valorização do interior? ANEDOTA!
Coesão Territorial? ALDRABADA!
A titular da coesão territorial também não prima pela ética, veja-se o caso das mentiras e das promessas não cumpridas sobre as portagens nas SCUT.
Os autarcas da região têm muitas "culpas no cartório", porque continuam a bajular e a fazer vénias ao poder central mentiroso.