O quadro apresentado pelo vereador
O vereador Carlos Almeida (PSD) na Câmara de Castelo Branco recorreu esta semana às redes sociais para publicar um texto onde critica a autarquia pela forma como está a distribuir dinheiros públicos em ano de eleições autárquicas.
Este responsável político fez as contas e conclui que desde o dia 4 de junho deste ano até ao dia 6 de agosto em que participou numa reunião privada do mesmo executivo, a câmara albicastrense atribuiu 2,6 milhões de euros em subsídios a diversas entidades e associações.
“Quebro o silêncio político, a que me submeti após tomar conhecimento do candidato do meu partido, por entender que a gravidade dos factos põe em causa a transparência e integridade exigida na vida pública. Também pelo respeito que os albicastrenses me merecem já que continuo, legitimamente, no desempenho das funções de vereador”, escreveu Carlos Almeida.
Declarando que “a atribuição de tanto dinheiro, sem critérios, é duplamente injusta! É sempre! Mas é, igualmente, grave! É sempre!”, exclama que a mesma “é injusta sob um ponto de vista social!”
“Como se explica a milhares de albicastrenses que vivem com as dificuldades do desemprego, dos baixos salários, do encerramento dos pequenos negócios, da incerteza no futuro,... a atribuição destes milhões em subsídios?”, questiona.
Por outro lado, diz que “se é certo que alguns foram contemplados com carrinhas e afins, não deixa de ser menos verdade que, muitos outros, são completamente ignorados!”, o que o leva a concluir que esta situação “é, sempre, grave porque subverte as regras democráticas!”.
Mas mais, deixa a acusação de que “criar clientelas políticas e vinculá-las a um projeto pessoal com dinheiros públicos é perigoso e ilícito” e lembra que “na reunião do dia 06.08.2021 votamos contra, com a seguinte declaração de voto: é fácil estabelecer uma relação direta entre muitos destes subsídios a associações e uma determinada candidatura autárquica, já que alguns dos seus mais destacados membros fazem parte dessa candidatura. Constato que após tanto esforço, da nossa parte, para termos um Regulamento, o ex-presidente da Câmara, que tanto se opôs, contínua a ditar as suas regras! Dita a decência, quando o mal é praticado na nossa presença, não podemos ficar em silêncio!”.