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Castelo Branco: Associação propõe três mulheres para nome de rua

Reconquista - 08/03/2022 - 9:49

Nomes foram votados num questionário promovido pela Associação Amato Lusitano. Hoje é Dia Internacional da Mulher.

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Fotomontagem Reconquista

 

Eugénia Lima, Maria de Fátima Farinha, Ludovina Barroso, Amélia de Jesus Silva, Maria da Conceição Silva ou Alda Barroso são das poucas mulheres que na cidade de Castelo Branco tiveram o reconhecimento de verem os seus nomes gravados na placa de uma rua. No centro da cidade, se excluirmos rainhas e figuras religiosas, não há sequer uma rua em que isso acontece e mesmo nos bairros mais recentes a presença de nomes de mulheres nas artérias não é algo que se encontre facilmente, só se revelando com a ajuda das imagens de satélite de ferramentas como o Google Maps. No Dia Internacional da Mulher, a Associação Amato Lusitano aproveitou para revelar um levantamento que fez na cidade, chegando à conclusão que apenas oito por cento das cerca de 200 ruas tem nome de mulher.

A ideia de fazer este levantamento partiu da equipa da associação que pensou “como é que podíamos assinalar o Dia Internacional da Mulher sem ir aos temas que são habituais”, conta Dário Falcão, o novo coordenador geral da associação. “E nada melhor que começar pela cidade onde vivemos”. O primeiro passo foi pedir a lista de ruas à Câmara Municipal de Castelo Branco mas não ficou por aqui. A associação lançou ainda um inquérito à população e propôs vários nomes como possibilidades para figurarem na identificação de futuras ruas. Responderam mais de 200 pessoas pela internet e destas “cerca de 85 por cento acharam importante tornar a cidade mais interessante nesse sentido”.

As propostas são Carolina Beatriz Ângelo (1878-1911), a médica que foi a primeira mulher a conseguir exercer o direito de voto em Portugal; Adelaide Cabete (1867-1935), a pioneira na reivindicação dos direitos das mulheres, como por exemplo o direito ao voto e a um período de descanso de um mês após o parto e ainda Maria de Lourdes Pintasilgo (1930-2004), a única mulher que desempenhou o cargo de primeira-ministra em Portugal e que foi também a primeira a candidatar-se à Presidência da República. Esta lista será entregue à Câmara Municipal de Castelo Branco para que pelo menos um destes nomes possa ser assumido na toponímia.

A associação quer fazer uma segunda edição desta iniciativa para identificar mulheres do concelho. “Há com certeza, mas eventualmente por desconhecimento não temos esse trabalho feito. Mas é relevante e pode envolver a sociedade”, afirma Dário Falcão.

O concelho de Castelo Branco tem desde o ano passado um regulamento municipal de toponímia que prevê que a atribuição ou alteração de nomes de ruas pode ser proposta pela câmara mas também por outras entidades. Contempla ainda a criação da Comissão Municipal de Toponímia, que depois de receber a proposta deverá pronunciar-se no prazo de 20 dias. Os moradores também o podem fazer através de abaixo-assinado e assumindo os encargos com a alteração do nome.

APOIO A associação albicastrense é responsável pela Estrutura de Atendimento a Vítimas de Violência Doméstica de Castelo Branco, um serviço gratuito e confidencial que presta apoio jurídico, psicológico e social a estas vítimas. No ano passado foram acompanhados 171 casos que tiveram como vítimas sobretudo as mulheres. Dário Falcão assume que a pandemia dificultou o atendimento e acompanhamento dos casos de violência mas manteve-se o empenho e dedicação das equipas da associação.

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