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Castelo Branco: Câmara promete apoio às obras da Misericórdia

Lídia Barata - 12/01/2023 - 8:00

A obra do Pavilhão B está em curso e a autarquia promete apoio.

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José Augusto Alves está empossado para o seu último mandato

“Para todos nós, a palavra serviço representa uma responsabilidade e uma ajuda permanente, que deverá ser uma prática diária e constante”. Foi sob este mote que os novos órgãos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco assumiram sexta-feira, dia 6 de janeiro, o novo mandato.

Estes serão também os últimos quatro anos de José Augusto Alves como provedor, devido à limitação de mandatos, mas aceita o desafio com o mesmo espírito. “Ninguém vence sozinho, no campo de batalha, nem na vida”, é com as palavras do Papa Francisco que o provedor agradece aos que com ele continuam a abraçar esta “missão árdua, mas motivadora”. Garante “estar sempre atento a todas as situações que acrescentem um amplo benefício para as nobres finalidades e objetivos da Santa Casa, tendo como principal argumento, os utentes, idosos, crianças e doentes”.

Um trabalho que quer que continue a ser guiado “pelas 14 obras de misericórdia, que todos devem ter sempre bem presentes”, pois “a humanização permanente tem sido a matriz de solidariedade social da Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco, e os veículos transmissores têm sido, os colaboradores e os voluntários, incluindo os órgãos sociais, que em partilha mútua se entregam abnegadamente ao desempenho das suas missões”.

José Augusto Alves deixou na sua intervenção uma palavra especial aos técnicos do Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS) que terminaram a sua atividade no dia 31 de dezembro de 2022. “Lembro que o SAAS da Misericórdia, que sucedeu à Rede Local de Intervenção Social (RLIS), foi o primeiro a nível nacional a ser assinado com o Governo, uma vez que esta resposta social foi a que apresentou os melhores resultados a nível nacional. Lamento que tenha terminado a sua atividade, que por opção política, passa para a autarquia”.

Após dois anos de interregno, em consequência da pandemia, as atividades do grupo de voluntariado estão agora a ser retomadas e o provedor gostaria de “sensibilizar os mais jovens para esta vertente, exercendo assim a sua cidadania ativa”.

Referiu-se ainda à requalificação do Pavilhão B, “uma ambição perseguida por vários protagonistas desde o provedor Guardado Moreira, Mendonça Horta e Cardoso Martins, mas finalmente iniciou a obra, que está a ser executada no âmbito do Programa PARES 3.0 Tipologia 2, prevendo-se esteja terminada em setembro deste ano”.

Na calha, tal como já havia referido ao Reconquista, continua o projeto para as demências. “A Misericórdia tem um projeto aprovado, aprovado em todas as instâncias (saúde, segurança social, proteção civil e Câmara Municipal), tínhamos fortes ambições do apoio, que seria paginável no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), eis que surge um Aviso de Abertura, que define como limite superior do apoio financeiro, na ordem dos 600 mil euros. Ora o custo da obra e toda a infraestrutura, é na ordem dos quatro milhões de euros. Perante este facto, só tenho uma palavra: uma desilusão”, confessa, afirmando que “este tipo de estrutura, tem de ser construída através do apoio financeiro integral do Estado e, salvo melhor opinião, ninguém questionará a sua premência e urgência”. Lembra que a Misericórdia “é uma instituição de referência na cidade e na região, pois é a maior instituição do distrito e uma das maiores a nível nacional, contribuindo para dinamizar a economia social”, evocando por isso a palavra “solidariedade”, a que junta as palavras de Madre Teresa: “Deus não exige que sejamos bem sucedidos, Ele só exige que tentemos”.

APOIO O presidente da Câmara de Castelo Branco destacou o papel “extremamente importante” que a Santa Casa da Misericórdia tem no tecido e na coesão social do concelho. “É uma instituição com uma abrangência muito grande, pois apoia desde os mais pequeninos até aos seniores. E fá-lo com um número muito significativo de utentes e também de colaboradores, que são uma força de trabalho importante do concelho e que concretizam uma dinâmica económica que não é despicienda, nem de menosprezar”, sublinhou Leopoldo Rodrigues.

Dando continuidade à presença que a autarquia também tem tido na vida da Misericórdia. “Presentemente está em avaliação um pedido que foi endereçado pelo provedor, de apoio para as obras de requalificação de um espaço aqui na sede (Pavilhão B). O senhor diretor do departamento tem estado a fazer a análise do enquadramento jurídico desse apoio e acredito que nos próximos dias teremos condições para levar por diante e levar a reunião do executivo uma proposta para que a Santa Casa da Misericórdia mais uma vez possa contar com a Câmara Municipal de Castelo Branco na concretização de projetos que são importantes para a obra social desta instituição e para melhor servir os utentes da Santa Casa da Misericórdia”, avança Leopoldo Rodrigues.

bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco felicitou os novos órgãos empossados para mais quatro anos de mandato, sublinhando que este “é um desafio muito complicado, mas é o desafio que é feito sempre que se assume um cargo que é para servir”. D. Antonino Dias mostra-se consciente “das dificuldades que se sentem neste setor da economia social”, recordando que Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho e Solidariedade Social apelidou de “histórico” a adenda feita aos apoios que já existiam para as instituições do setor social, em cerca de mais um por cento ao ano. “Eles pensam que é muito, mas para vós é sempre pouco, porque de facto estas instituições exigem muito e exigem sobretudo uma gestão muito apertada. Temos 40 misericórdias na Diocese e só três não têm ação social e sinto a preocupação que existe, mas felizmente há sempre alguém capaz de dar a cara e levar as coisas para a frente, não só os órgãos sociais, mas também os colaboradores, os familiares dos utentes, os voluntários, todos os que têm estas casas no coração. Fazer bem é uma exigência nossa, de todos os dias, pois só há dois dias no ano em que não podemos fazer nada, o ontem e o amanhã, por isso, sempre que nasce um novo dia, somos desafiados a fazer o bem e que tudo seja feito em prol dos que mais necessitam”.

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