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Castelo Branco: Dielmar e Aptiv motivam moção e esclarecimento

José Júlio Cruz - 25/02/2022 - 16:30

Câmara aprovou uma moção sobre a Dielmar e prestou vários esclarecimentos sobre a Aptiv.

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Foto Arquivo Reconquista

A Câmara de Castelo Branco aprovou uma moção a propósito da conclusão do processo Dielmar que originou a compra da fábrica de Alcains por parte do grupo Valérius, em que enaltece a forma como o Governo português, o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e o administrador de insolvência atuaram nesse período bastante complicado.

A moção foi votada por unanimidade no seio do executivo no decurso da reunião pública do mesmo que teve lugar no passado dia 18. Apesar da unanimidade, esta moção passou por dois momentos. Inicialmente proposta pelo vice-presidente da autarquia, Hélder Henriques, incluía apenas o reconhecimento ao trabalho do Governo socialista e do IEFP, mas depois o vereador Luís Correia, do Sempre, pediu que se incluísse o papel fundamental desempenhado pelo administrador de insolvência para que o movimento independente que representa concordasse em votar positivamente a moção. O que aconteceu.

“Trata-se de um momento histórico para Alcains, pela manutenção dos postos de trabalho mas também pelos investimentos já anunciados de mais de 1,5 milhões de euros a efetuar pelos novos donos”, como justificou Hélder Henriques.

O PSD, pela voz de João Belém, demonstrou por seu lado preocupação com a deslocalização de algumas linhas da fábrica Aptiv de Castelo Branco para a Turquia, questionando o presidente Leopoldo Rodrigues sobre o assunto. Este teve oportunidade de esclarecer que “a Aptiv tem sentido dificuldades em recrutar trabalhadores e teve de tomar opções, pelo que decidiu levar duas linhas que empregavam 250 trabalhadores para a Turquia”.

O presidente do município explica também que “até 2019 a empresa teve uma média de 750 trabalhadores diretos, número que em 2021 subiu para 1200 porque a empresa tem estado a aceitar novos projetos da indústria automóvel ao nível dos veículos elétricos”, pelo que “as linhas mais tradicionais, não havendo mão de obra para tudo, teve de as deslocalizar”.

Leopoldo Rodrigues revela que “os cabos elétricos dessas duas marcas vão manter-se em Castelo Branco, visto que a empresa tem projetos sólidos para a sua continuidade em Castelo Branco”.

Na abordagem a esta questão, o autarca lembrou ainda que “o desemprego baixou para níveis históricos em finais de 2021 nesta região, ao ponto de se cifrar em 2200 desempregados na comunidade da Beira Baixa”.

IC31 Luís Correia, vereador do Sempre, mostrou-se por seu lado preocupado com o princípio subjacente a um ponto do programa eleitoral do PS para as últimas legislativas no que diz respeito às acessibilidades. Princípio esse que, segundo disse, “influencia negativamente a construção, por exemplo, do futuro IC31 quando refere que aquela via terá de salvaguardar as necessidades da procura e o acesso às populações locais”. “Essa visão meramente economicista impediria que esta região do país tivesse tido gás natural, ou a A23”, indicou também como exemplos.

Sobre este assunto, Leopoldo Rodrigues referiu que a “nossa posição ficou bem expressa quer de forma pública quer privada, vamos continuar a lutar para que seja uma via com quatro faixas, mas entre o tudo e o nada preferimos o que é possível”.

 

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