A pintura e a poesia juntam-se na mesma exposição no Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, que assinala os 120 anos do nascimento de Júlio/Saúl Dias com uma exposição que é inaugurada no sábado, dia 25, e que poderá ser vista até 7 de abril do próximo ano.
O artista que é considerado o expoente do lirismo amoroso do século XX em Portugal e um histórico da arte moderna portuguesa é apresentado nesta exposição através de alguns dos melhores desenhos, aguarelas e pinturas de temática amorosa de Julio, com a componente narrativa que o próprio autor reconheceu existir no seu trabalho, em diálogo com a poesia de Saúl Dias, descreve a organização.
Pela primeira vez estará exposta uma tapeçaria de Portalegre realizada sobre uma aguarela da “série Poeta” de Julio e também uma colcha de Castelo Branco, presente em fundo na reconstituição do ateliê do artista “estabelecendo o vínculo da sua estética com a cidade que acolhe a exposição”, sublinham os promotores, que não quiseram deixar passar em claro a recente classificação de Castelo Branco enquanto Cidade Criativa da UNESCO.
Poderão ainda ser vistas as primeiras e raras edições da poesia de Saul Dias, com destaque para aquela que o artista dedicou aos pais e que faz parte da coleção particular do poeta Gonçalo Salvado, que é comissário desta exposição juntamente com a crítica de arte e poeta Maria João Fernandes.
Ambos são autores da primeira antologia de poesia de amor de Saúl Dias e de desenhos de Julio, lançada em 2008 e intitulada “Tarde Azul”.
Esta antologia, que será apresentada durante a inauguração da exposição, serviu de inspiração ao nome da mostra, que é “Tarde Azul, o Universo Amoroso de Julio/Saúl Dias”.
A exposição em Castelo Branco encerra as comemorações dos 120 anos do nascimento do pintor e poeta e resulta de uma colaboração entre a Câmara Municipal de Castelo Branco e a Galeria Julio Centro de Memória, da Câmara Municipal de Vila do Conde, que é guardiã do espólio do artista.
A inauguração está marcada para as 17H00 de sábado.