Castelo Branco: Há 53 anos entraram os quatro com 15 anos para a Auto Mecânica

José Júlio Cruz - 04/08/2022 - 8:30

São amigos e têm a particularidade de terem entrado os quatro no mesmo dia em 1969 para trabalhar na Auto Mecânica da Beira.

Histórias de antanho vieram à tona

Um jantar recentemente realizado em Castelo Branco juntou quatro albicastrenses que têm uma história comum em termos laborais que é no mínimo curiosa. Entraram todos no mesmo dia a trabalhar na antiga Auto Mecânica da Beira (AMB), uma empresa que fez história na cidade e que entretanto encerrou.

Mais curiosa se torna a história porque os então rapazolas Carlos Garrido (Nené), Joaquim Moura, Diamantino Barata e José Calaveiras tinham apenas 15 anos. Foram aprender uma profissão, como era usual na época.

Em julho de 1969, precisamente no mesmo dia, como hoje recordam, ali chegaram, depois de terem passado primeiro numa inspeção médica que era requerida naquele tempo para se trabalhar na AMB. “Uns anos depois essa inspeção deixou de ser pedida, mas nós ainda tivemos que a fazer para poder ir trabalhar na AMB”, realça Carlos Garrido ao Reconquista.

Nessa altura, como iam aprender uma profissão, três foram para torneiros e um para soldador: “Tínhamos 15 anos, queríamos trabalhar e era preciso ajudar as famílias”. A Auto Mecânica “era uma das maiores e melhores empresas de Castelo Branco, onde trabalhavam centenas de pessoas”, lembra Carlos Garrido, sublinhando que “passados estes 53 anos (ele trabalhou 17 na AMB) quem teve a ideia de fazer este jantar convívio foi o Joaquim Moura e em boa hora a teve porque isso permitiu voltar a recordar esses tempos”.

A vida dá muitas voltas, mas as amizades perduram. Estes quatro albicastrenses sempre foram amigos.

Carlos Garrido ainda se lembra que o seu “número na empresa quando entrei em 1969 era o 208 (como entraram no mesmo dia e ao mesmo tempo os números dos quatro eram seguidos) e a empresa era dirigida pelo senhor Amado Estriga”. A AMB, como relatam nesta conversa com o Reconquista, “encerrou em 1983, mas enquanto pudermos não só não nos vamos esquecer desses tempos como daqui em diante vamos procurar fazer este jantar nos próximos anos sempre no mês de julho”.