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Comunicações: Ródão quer melhores serviços

João Carrega - 23/02/2023 - 17:56

O Estudo realizado pela Autoridade Nacional de comunicações no concelho de Vila Velha de Ródão sobre o serviço de qualidade das redes móveis revela que os operadores deixam muitos cidadãos a falar sozinhos.

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O presidente da Anacom com os autarcas Luís Pereira e António Carmona

O Estudo realizado pela Autoridade Nacional de comunicações no concelho de Vila Velha de Ródão sobre o serviço de qualidade das redes móveis revela que os operadores deixam muitos cidadãos a falar sozinhos. As conclusões deste trabalho, apresentado na passada sexta-feira, revelam que em 25,2% os valores registados revelavam qualidade Inexistente, Muito Má e/ou Má (contribuição por operador: 36,2%, MEO; 37,0%, NOS; 26,8%, Vodafone).

O estudo, a que tivemos acesso, foi desenvolvido nos dias 2 e 3 de novembro, tendo os técnicos efetuado 893 chamadas de voz, 873 sessões de dados, e 71 mil 796 registos de sinal rádio.

No que respeita à cobertura radioelétrica a Vodafone é o operador com melhor cobertura, enquanto que a NOS tem a cobertura mais “deficiente”.

Os dados foram apresentados numa sessão onde marcaram presença o próprio presidente da Anacom, João Cadete de Matos; a administradora, Patrícia Silva Gonçalves; a diretora, Ilda Matos; e o coordenador de Supervisão do Espectro, Fábio Silva.

No que respeita ao serviço de voz, os resultados foram pouco satisfatórios, pois uma em cada 23 chamadas não foram finalizadas (contribuição por operador: 33,3% MEO; 30,8% NOS; 35,9% Vodafone). Por usa vez, o rácio das chamadas de voz finalizadas, por operador é o seguinte: 95,6%, MEO; 96,0%, NOS; 95,3%, Vodafone.

Finalmente, no que respeita ao serviço dados, a Anacom revela que os resultados são de qualidade baixa/muito baixa, pois muitos testes não foram concluídos e registaram-se baixas velocidades. Assim, na MEO foram concluídos 86,3% dos testes; Na NOS o valor desce para 80,5% testes (pior desempenho do serviço de acesso à Internet); e na Vodafone o valor é de 85,6% dos testes concluídos.

Na apresentação ficou claro, que “se já existissem acordos de roaming nacional em Portugal (permitindo que os clientes de qualquer um dos operadores se pudesse conectar à rede de outro operador quando a qualidade de sinal do seu operador não fosse aceitável) teríamos uma cobertura agregada de mais qualidade no concelho de Vila Velha de Ródão”.

Em termos territoriais, os piores desempenhos (voz e dados) registaram-se na zona oeste e este do concelho, em diversas localidades das freguesias de Fratel e Perais. Outro dado relevante é o facto de “nas localidades de Amarelos na freguesia de Sarnadas do Ródão e Monte Fidalgo na freguesia de Perais, algum do serviço de dados e voz é realizado com recurso ao roaming internacional”.

Os melhores desempenhos de voz e dados registaram-se nas zonas residenciais de Vila Velha de Ródão (vila), Fratel e Sarnadas de Ródão.

Na ocasião, o presidente da Anacom referiu que as obrigações resultantes do leilão do 5G poderão alterar este cenário. Isto porque quem comprou licenças ficou com a obrigação “de investir em cobertura de rede móvel em cada uma das freguesias de baixa densidade populacional”. Segundo esse caderno de encargos, até ao final de 2023, 75% da população de cada freguesia tem que ter uma qualidade de rede móvel de 100 Mbps de velocidade de download e, até ao final de 2025, 90% da população tem de estar coberta.

Luís Pereira, presidente da Câmara de Vila Velha de Ródão, realçou a importância da existência de boas redes de comunicações. No seu entender, esse é um fator critico para fixar e atrair pessoas e empresas para territórios como aquele concelho.

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