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Conservatório: Concertos e novidades no final e início de ano

Lídia Barata - 24/05/2018 - 8:00

Os concertos finais mostram o trabalho dos alunos, que estreiam uma Missa Moderna de D. Pedro IV de Portugal. Já o novo ano volta com Rogério Peixinho.

 

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Horácio Pio e João Pedro Delgado

O trabalho desenvolvido ao longo do ano letivo no Conservatório Regional de Castelo Branco apresenta-se à cidade quando chega ao seu termo. Os 365 alunos, divididos por classes e níveis, todos sobem ao palco para mostrar os seus dotes, em todas as variantes de ensino, muitos deles de nível elevado, comparável a profissionais. É desta azáfama de preparativos para finalizar o ano em grande, que a direção pedagógica fala ao Reconquista.

João Pedro Delgado e Horácio Pio explicam que “este é o momento privilegiado para os alunos mostrarem ao grande público o trabalho que estão a desenvolver, e que ao longo do ano se traduz em múltiplos concertos, múltiplas colaborações com instituições como as câmaras municipais de Castelo Branco, Idanha-a-Nova (onde existe um polo do Conservatório) e Vila Velha de Ródão, a Junta de Freguesia de Castelo Branco, o Museu Cargaleiro, ou o Hospital Amato Lusitano”. Nestas parcerias “inclui-se a Paróquia de São Miguel da Sé, sempre disponível para ceder espaços para as audições, mas recentemente cedeu também um órgão para colmatar uma lacuna logística”.

Já neste final de ano, vão apresentar-se em cinco concertos, com o primeiro agendado para o dia 1 de junho, às 21H30, na Igreja de Santa Maria do Castelo, com a participação da Orquestra Sinfónica e o Coro a Quatro Vozes, que executarão “um reportório profissional, ao nível das grandes salas, como a Gulbenkian ou a Casa da Música”. Este é um concerto especial, pelo facto de ser aqui a estreia nacional de uma Missa Moderna de D. Pedro IV de Portugal, além de se apresentarem os alunos de nível mais avançado.

Os concertos seguem dia 2 de junho, às 18H00 e às 21H30, no auditório da Escola Superior Agrária de Castelo Branco, com os ensembles instrumentais, que são os intermédios, nomeadamente de sopros, guitarras, cordas e orff. Dia 8 de junho o concerto será em Idanha-a-Nova, no anfiteatro ao ar livro do Centro Cultural Raiano, com a Orquestra sinfónica e o solista Francisco Martins. E dia 9 de junho, na Igreja de São José Operário, em Castelo Branco, apresenta-se o Coro a Duas vozes (alunos do 5.º e 6.º ano) e alguns ensembles. Este conjunto de concertos encerra em festa o ano letivo, mas serve também de chamariz para o próximo, pois mostrar o trabalho que se faz no Conservatório “faz-se um balanço do que foi feito e serve de ‘cartão de visita’ para o novo ano”, um ano letivo que já está a ser preparado e vai chegar carregado de novidades. “Ainda antes de iniciar o novo ano letivo, de 3 a 8 de setembro, o Conservatório promove o Estágio Orquestra de Jovens do Conservatório Regional de Castelo Branco – OJCCB, destinado a atuais e ex-alunos do secundário”, revelam os diretores, ressalvando que tal se deve em muito ao desejo dos ex alunos pedirem para ter esta oportunidade de participar em algumas atividades. “Há uma ligação que nunca se perde entre o Conservatório e os alunos. Muitos estão fora a prosseguir os seus estudos, ou já a trabalhar, por isso esta foi uma forma que encontrámos para que ao voltarem à cidade, não venham só visitar os pais e a família, mas que venham também fazer parte da vida da comunidade e se sintam integrados nas instituições, ao mesmo tempo que matam saudades e têm oportunidade de tocar, que é o que eles gostam, mesmo tendo seguido caminhos tão distintos como farmácia ou a engenharia civil”.

REGRESSO A ligação mantém-se a todos, os que não seguiram a música, mas também aos que seguindo este caminho alcançaram outro patamar e fama internacional. Também esses têm voltado, consequentemente a ‘casa’ para ir tocando com os alunos e participando nos diversos eventos.

o próximo ano letivo reserva uma outra novidade, relacionada com um regresso, não para tocar pontualmente, mas para ingressar no quadro docente, o violoncelista Rogério Peixinho. “Foi aqui que estudou, que se formou, iniciou a docência e daqui partiu, tornando-se num dos melhores violoncelistas do país”, sublinham João Pedro Delgado e Horácio Pio. Tendo também a família em Castelo Branco, foi fácil conjugar este regresso com o interesse do Conservatório em aumentar o número de alunos deste instrumento, para poderem ir equilibrando também as diversas formações musicais que dispõem. Além disso, este “era um desejo antigo que tem agora oportunidade de se tornar realidade”.

Recorde-se que Rogério Peixinho iniciou os seus estudos de violoncelo na classe de Luísa de Vasconcelos, a sua grande mentora musical e com a qual termina o curso superior, mas a sua formação e crescimento enquanto músico não mais parou, sendo por isso uma referência e será, seguramente, uma mais-valia para o Conservatório.

A parte financeira tem sido sempre o elemento de ponderação quanto aos projetos a desenvolver, mas a direção pedagógica refere que “há agora um maior poder de previsão, porque o apoio do Ministério da Educação estabilizou. Não chega, mas sabemos que aquele é certo. O resto, só é possível com a ajuda da Câmara Municipal de Castelo Branco, um apoio fundamental”.

O Conservatório já fez também as provas para o Ensino Articulado, tendo comparecido na primeira fase 142 candidatos. “O nosso desejo era ficar com todos, mas as vagas gratuitas serão apenas as que o Ministério da Educação definir. A partir desse número, dependerá da disponibilidade dos pais em pagar a propina”, explica, acrescentando que são parcerias as escolas Afonso de Paiva, João Roiz, Cidade de Castelo Branco, Faria de Vasconcelos, José Sanches e São Vicente da Beira e Vila Velha de Ródão, para o Básico, e a Nuno Álvares e Amato Lusitano, para o Secundário. Em Idanha, é a autarquia que financia os alunos, pelo que as vagas dependem desse apoio.

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