Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Leitores: Cruz da Montalvão. Ainda a futura zona verde

Abílio de Jesus Chaves - 14/09/2017 - 10:34

Em tempos não muito distantes, escrevi um artigo publicado neste hebdomadário, onde sugeria que fosse construído um Centro Urbano na Cruz do Montalvão para dotar a cidade de Castelo Branco de um conjunto arquitetónico de alto nível, criar postos de trabalho, acordar a construção civil, o comércio tradicional e apontar para uma espiral de desenvolvimento no campo do turismo agora em palpitante atualidade por esse Portugal fora.

Partilhar:

Em tempos não muito distantes, escrevi um artigo publicado neste hebdomadário, onde sugeria que fosse construído um Centro Urbano na Cruz do Montalvão para dotar a cidade de Castelo Branco de um conjunto arquitetónico de alto nível, criar postos de trabalho, acordar a construção civil, o comércio tradicional e apontar para uma espiral de desenvolvimento no campo do turismo agora em palpitante atualidade por esse Portugal fora. 
Afinal, poderia ser uma segunda Granja Parque, embora com outras caraterísticas. Lembra-se que o Centro Urbano (Cívico) sugerido para aquele local, comportava várias vertentes: desde edifícios de 5 e 6 andares semelhantes aos que lá se encontram e, o seu centro possuir uma área de 3 a 4 hectares que funcionasse também como zona verde. A primeira finalidade era a concentração de comércio tradicional no r/chão, restaurantes e cafés, gabinetes de profissões liberais e outros, que iria obrigar á transformação radical daquela parte da cidade. 
Porém, mais tarde, veio a saber-se, que uma senhora ganhou o concurso para ser ali implementada uma zona verde, permita-se-me que a considere desajustada. Veja-se porquê: tem a 100 metros o parque de lazer do Monte do Índio, a 150 metros a zona verde da Quinta das Violetas, a 50 metros a grande zona verde do Parque de Lazer, a 150 metros o Barrocal que parece ir ficar assim, logo também uma zona verde, a pequena zona verde da cascata ali ao lado e ainda por ser um terreno demasiado valioso para ser ocupado por uma zona verde. No verão, Castelo Branco torna-se uma cidade escaldante e tudo que a refresque é bom. As árvores e a água são pela sua natureza excelentes e fundamentais, mas juntar tantas zonas verdes e algumas com um tamanho considerável, é de facto, digo eu, um exagero. 
Nada me move, contra pessoas ou coisas. Ganho o mesmo em qualquer circunstância, as sugestões são apresentadas para se algo tiver interesse ser aproveitado, porque as cidades são aquilo que os seus responsáveis querem que sejam, consoante o trato que se lhes dá. Esse trato tem que ser dado com sabedoria e convicção, em princípio, com base na intuição dos seus responsáveis e o que a sua inteligência aconselha e inspira sem quaisquer interferências condicionantes, por se tratar de uma arte. Isto vem à baila, porque já se cá gastou muito dinheiro por terem feito grossas asneiras, dou como exemplo: a plantação de centenas de plátanos em todas as ruas do bairro do Valongo, árvores de grande porte que rebentaram com passeios, ruas, paredes, invadiram quintais etc. até que os moradores resolveram acabar com elas. Na avenida Humberto Delgado, foram plantados pinheiros nórdicos, cresceram tanto e tão rapidamente que entraram pelas janelas dos edifícios e já eram da altura dos mesmos, tiveram que os arrancar. A urbanização da Quinta do Socorro é o maior atentado urbanístico jamais levado a cabo por estas redondezas. 
No entanto, Castelo Branco é hoje uma cidade esbelta e airosa, bem cuidada e limpa, graças ao empenho dos seus últimos autarcas, enquanto umas décadas atrás estava sempre empanturrada de automóveis. Agora, noutro passo. Haverá receio de que o Centro Cívico sugerido se transformasse num elefante branco? Não creio e, com o objectivo de ilustrar estas teorias e por não gostar de cair em delito de utopia, eis um exemplo concreto: a 30 km de Paris, existem duas vilas: Cléo e Plaizir, que possuem lá um Jumbo duas vezes superior ao de Castelo Branco, um IKEA enorme, um Centro Comercial enormíssimo e muitas mais coisas, não se importaram nada com isso, avançaram para a construção de centenas de pequenas lojas no Cléo, estão lá para quem as quiser visitar e têm muita clientela. Aqui a construção civil está literalmente parada. O comércio tradicional não há combustível que o anime. O turismo é residual. Parar é o pior que pode acontecer a qualquer cidade ou vila. Semelhantes obras iriam sem dúvida afetar outras partes da cidade, mas, só assim é que se pode reabilitar, modernizar e desenvolver. 
Estes registos são claros e possíveis, são também necessários para por a mexer e materializar demasiadas coisas ao mesmo tempo. As rosas não vão abrir, enquanto nesta cidade se continuar tendencialmente a ver passar os comboios e os turistas.                                                 
Abílio de Jesus Chaves

COMENTÁRIOS