Luís Pinto Garcia faleceu a 25 de setembro de 1987
Luís Pinto Garcia, antigo Governador Civil de Castelo Branco, tem um fundo de numismática com o seu nome em Vila Viçosa. De acordo com dois órgãos de comunicação que o Reconquista consultou (o Digital – Portal de Informação; e o Sul Informação) e com o que nos foi declarado pela filha, Maria Teresa Garcia Avelar, este fundo está integrado na biblioteca do Centro de Estudos de Cultura, História, Artes e Patrimónios – CECHAP, em Vila Viçosa.
Aberto ao público há dois anos, o espaço conta já com mais de 400 títulos, acervo que tem crescido graças a doações provenientes de diversas instituições e de particulares. Segundo os responsáveis pelo mesmo, citados através dos referidos órgãos de comunicação, “este espaço foi criado em homenagem a Luís Pinto Garcia, destacado numismata e estudioso sobre esta área do saber, com vasta obra publicada sobre o tema”.
“O projeto pretende tornar a Numismática mais acessível e cativante, através da criação de uma biblioteca especializada como fonte de conhecimento, que sirva de base à produção de novos estudos, à organização de palestras e à produção de exposições de livros, moedas, medalhas ou notas bancárias”, indicam ainda os responsáveis.
O «Fundo Luís Pinto Garcia» tem as portas abertas de segunda a sexta-feira, das 9H00 às 18H00 no edifício sede do Centro de Estudos CECHAP.
Por outro lado, o Fundo de Numismática «Luís Pinto Garcia» assinalou na última segunda-feira o primeiro aniversário da «Rua Luís Augusto Pinto Garcia» em Castelo Branco, coincidindo com a data do seu falecimento, em 25 de setembro de 1987.
A decisão de honrar a memória de Luís Pinto Garcia foi uma ação que não apenas reconheceu a sua contribuição para a cidade albicastrense, mas também perpetuou o seu legado para as gerações futuras. A «Rua Luís Augusto Pinto Garcia» não é apenas um marco físico, mas um símbolo de respeito e gratidão por aqueles que fizeram a diferença, como ficou expresso por altura da sua inauguração.
Notabilizando-se por um longo percurso de luta pela democracia em Portugal, tal como o Reconquista tem vindo a lembrar ao longo dos últimos anos, Luís Augusto Pinto Garcia viveu grande parte da sua vida em Castelo Branco, onde faleceu a 25 de setembro de 1987.
Natural de Vila Viçosa, Luís Pinto Garcia veio com tenra idade para a cidade albicastrense e teve enquanto jovem uma vida um pouco itinerante devido à carreira militar do pai, como explicou em nota biográfica enviada ao Reconquista (aquando de uma homenagem prestada na sua terra natal) a sua filha Maria Teresa Garcia Avelar.
Nomeado Governador Civil de Castelo Branco em outubro de 1975, “cargo que muito o satisfez, pois tinha muito a ver com os seus ideais republicanos de «servir a causa pública»”, Luís Pinto Garcia teve uma carreira ligada ao ensino e à investigação histórica, sendo autor de mais de meia centena de obras sobre numismática.
A imprensa fez parte também da sua preenchida vida, tendo escrito em vários jornais e revistas. Dirigiu de 1930 a 1932 o jornal Mocidade Livre de Castelo Branco, “único periódico de oposição à ditadura militar e mais tarde ao Estado Novo, fechado pela censura em 1932”, como pode ler-se no mesmo documento.
Verdadeiro antifascista, conheceu os cárceres do Aljube em 1931 nas greves académicas, foi representante na Beira Baixa do General Norton de Matos e apoiante da sua candidatura em 1949 e “esta sua luta pela democracia valeu-lhe uma perseguição feroz, pois nunca mais teve acesso a emprego público. Por decisão de Conselho de Ministros de 1 de junho de 1949 foi-lhe cassado o seu diploma de professor”.
Em Castelo Branco teve também a seu cargo o Museu Tavares Proença Júnior entre 1959 e 1963, onde o pai tinha sido diretor durante 30 anos.
Foi agraciado com a Comanda da Ordem da Liberdade a título póstumo em 1989.
A Sociedade dos Amigos do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, por ocasião há um ano da inauguração da rua com o seu nome, procedeu ainda ao encerramento da exposição «Antes Quebrar – Luís Pinto Garcia», assinalando a data com o lançamento de um catálogo que recorda o percurso desta personalidade calipolense que viveu entre 1911 e 1987.
Espécie a rarear.