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Dia dos irmãos: Da fraternidade na família para a fraternidade no Mundo

Comissão Episcopal do Laicado e Família - 31/05/2022 - 9:00

Mensagem da Comissão Episcopal do Laicado e Família destaca os irmãos como "aquilo que nos foi dado sem termos pedido e que tanto trouxe à nossa vida"

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Imagem Rawpixel

Dia 31 de maio é o Dia dos Irmãos. Podemos ignorar e pensar que é só mais um entre tantos dias internacionais, ou podemos aproveitar para lhe dar o sentido que tem. Para agradecer e valorizar aquilo que nos foi dado sem termos pedido e que tanto trouxe à nossa vida: os nossos irmãos. Os irmãos de sangue, filhos dos nossos pais, com quem criamos memórias de infância e vivências de adulto. Que tanto nos conhecem por fora, e com quem estamos tão fatalmente ligados por dentro. Com quem discutimos e partilhamos, acusamos e abraçamos, invejamos e rimos, choramos e lembramos. 
Numa época em que se multiplicam os sinais contrários à beleza e importância da Família natural, como coração da sociedade e da Igreja, a certeza do amor que se vive entre irmãos pode ser um belíssimo testemunho da Verdade. A verdade que encontramos no perdão e na paz que surgem nas tréguas após as discussões, na genuinidade da relação (porque conhecer desde sempre alguém não dá oportunidade para máscaras), na alegria que surge em todos com as conquistas individuais, na proteção duns pelos outros, no escudo que criam juntos para resistir às dificuldades e derrubar barreiras. E isto não se explica... Constrói-se! É uma comunhão crescente, que não surge somente como fruto do nosso empenho, mas como dádiva de Deus. O Deus da Vida e do Amor. Aquele que tem poder de trazer outras vidas à nossa, para podermos aprender. Aprender a amar incondicionalmente aqueles que não escolhemos. A buscar o silêncio quando se avizinham tempestades. A acolher as qualidades e, principalmente, os defeitos de cada um, corrigindo fraternalmente e acolhendo as correções que nos são feitas também a nós. A crescer com sentido de partilha e de olhos postos num sucesso comum, quer tenhamos de assumir o leme, quer apenas confiemos e embarquemos. A gerir a nossa liberdade, e a definir limites que a impeçam de entrar em conflito com a dos outros. A respeitar! 
Oh, quanta exigência! Quanto nos pede Deus com cada irmão que nos põe no caminho! Quanta aprendizagem e quanta transformação na - e para a - nossa vida! 
E o que colhemos? A arte de sabermos estar no mundo. Aquilo que começa em casa, de forma gratuita e inconsciente, levamos para o mundo. Porque sabermo-nos todos filhos do mesmo Pai, tira-nos as paredes de casa e os genes do sangue, e alarga a nossa família a cada pessoa com quem nos cruzamos, e até a todas as outras que não passam – nem passarão – na nossa vida! 
É tanto o que aprendemos! A dar, a abdicar, a partilhar, a cuidar, a ser cuidado, a respeitar. Num mundo que se constrói à volta do que “eu quero!”, quanto aprendemos com os irmãos a pôr à nossa frente o que querem os outros! E isto é escola. Sem manuais nem cadernos, mas com a vida: a nossa e a dos outros! Porque nos traz ao dia-a-dia a aprendizagem de fazermos aos outros o que gostamos que nos façam a nós (cf. Tob 4, 15). Crescer neste espírito dá-nos a capacidade de dar de beber a quem tem sede, de comer a quem tem fome, de vestir os nus e de visitar os prisioneiros. 
De olhos postos no Céu, em Deus nosso Pai, “do Qual toma o nome toda a paternidade nos céus e na terra” (Ef 3, 15), cresçamos na consciência de que cada uma das pessoas que ajudamos ou, tão simplesmente, respeitamos, é um irmão que Deus nos pôs na Vida. É um dos Seus filhos, mesmo que viva sem essa consciência. Como cada um de nós. 
A isto chamamos caridade. Ter irmãos ensina-nos a viver a caridade. 

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