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Dielmar: Fábrica deverá voltar a trabalhar este semestre

José Furtado - 25/01/2022 - 15:34

VÍDEO Formação dos trabalhadores vai começar nos primeiros dias de fevereiro. Secretário de Estado visitou a fábrica esta terça-feira.

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João Neves e Leopoldo Rodrigues estiveram na fábrica para uma visita com os novos donos. Foto Reconquista

Quase cinco meses depois de ter sido entregue o pedido de insolvência, o dia 25 de janeiro de 2022 marca uma nova fase na vida da Dielmar. É pelo menos o que espera a Câmara Municipal de Castelo Branco e o Governo, que escolheram esta data para uma visita à fábrica – ainda deserta de gente e trabalho – poucos dias depois de o grupo minhoto Valérius ter confirmado a compra da empresa. Os responsáveis pela Valérius estiveram na terça-feira em Alcains mas não quiseram prestar declarações nem ficaram para a fotografia, argumentando que a prioridade é colocar a empresa a funcionar. O ponto de situação acabaria por ser feito pelo presidente da autarquia albicastrense e pelo secretário de Estado Adjunto e da Economia.

Leopoldo Rodrigues, que tinha anunciado a solução dias antes, garantiu desta vez que após a formação dos trabalhadores e algumas alterações no funcionamento da fábrica “a expectativa é que a laboração seja concretizada neste primeiro semestre”, não havendo ainda uma data em concreto. A única data certa é a do início da formação, que deve começar no dia 7 de fevereiro em colaboração com o Instituto do Emprego e Formação Profissional “e é a partir daí que esses trabalhadores começarão a ser integrados ainda como desempregados em formação”.

O presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco disse que esta solução não seria possível sem a intervenção da secretaria de Estado e do administrador de insolvência mas é também o resultado da qualidade de quem trabalhava na empresa.

“A Dielmar é uma empresa que sempre foi valorizada pela qualidade daquilo que aqui se produzia e pelas competências do seus trabalhadores e é evidente que é isso que está em cima da mesa”. Leopoldo Rodrigues quis ainda “deixar uma palavra de esperança para os trabalhadores e por inerência para a vila de Alcains e para o concelho de Castelo Branco”.

O secretário de Estado Adjunto e da Economia disse que a Valérius é um grupo reconhecido e que tem presença no setor “e aquilo que temos como expectativa é que tenham aqui uma solução do ponto de vista industrial forte”, afirmando também que a base desta solução é a qualidade dos trabalhadores. O governante disse que não cabe ao Governo definir o rumo da empresa mas espera que os passos “sejam dados com segurança e que a curto prazo não seja um remendo mas uma solução de futuro”. Outra questão ainda em análise é a do edifício da fábrica, que é propriedade de um fundo estatal. João Neves afirmou que a sua eventual aquisição por parte da Valérius “é uma operação de mercado” e que está a ser pensada uma “solução de arrendamento compatível com aquilo que já existia no passado, que é comum neste tipo de operações”. Quanto a uma possível responsabilização judicial da anterior administração da empresa, liderada por Ana Paula Rafael, o secretário de Estado limitou-se a afirmar que não lhe compete avaliar o caso nessa vertente mas na sua opinião a anterior administração demonstrou “aquilo que não pode ser feito” na recuperação de uma empresa.

“O que falhou foi claramente uma gestão que não correspondia às necessidades da empresa” e que o Governo e ele próprio procuraram “por diversas vezes, do lado da intervenção pública, alterar a situação”. Apesar de o Estado ter apoiado a empresa com mais de oito milhões de euros, onde se incluiu a compra do edifício da fábrica, João Neves garantiu que não tinha uma posição acionista capaz de mudar o rumo da empresa e que todas as soluções apresentadas pelo Governo “foram sucessivamente recusadas”. Questionado pelo Reconquista sobre se o Estado vai voltar a colocar dinheiro na empresa, a resposta foi curta e direta: “Claro que não! É simples, claro que não!”.

Esta visita à Dielmar deu-se em plena campanha eleitoral e a poucos dias das eleições. Confrontado com possíveis leituras políticas desta ação, João Neves esclareceu que “a decisão sobre aquilo que foi a venda dos ativos da Dielmar foi determinada por uma intervenção do administrador judicial e do juiz que foi instrutor deste processo e isso é uma garantia de independência em relação aos prazos das decisões”. O secretário de Estado, que disse não ser candidato nem militante do PS, garantiu que chegou a ter a visita planeada para antes da campanha eleitoral “mas foi o juiz que determinou dar mais 60 dias para a apresentação de novas propostas e portanto acho que é claro que nada teve a ver com este processo eleitoral”.

O convite para acompanhar esta visita foi feito pela Câmara Municipal de Castelo Branco na manhã da realização da mesma e apesar de os jornalistas terem sido informados que haveria uma visita às instalações não puderam acompanhar a mesma no interior da fábrica.

Notícia atualizada no dia 27 de janeiro

 

Mais informação na próxima edição do Reconquista

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