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Bordado: Diretor Geral das Artes apoia candidatura de Castelo Branco à UNESCO

João Carrega - 13/02/2023 - 10:55

Américo Rodrigues acredita no sucesso da candidatura de Castelo Branco à Rede de Cidades Criativas da UNESCO.

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Américo Rodrigues, diretor-geral das Artes

O Diretor Geral das Artes, Américo Rodrigues, acredita no sucesso da candidatura de Castelo Branco à Rede de Cidades Criativas da UNESCO, na categoria de artesanato e artes populares – Bordado de Castelo Branco. Aquele responsável frisou isso mesmo, à margem do Simpósio de Redes Criativas da UNESCO, que decorreu na Biblioteca Municipal, e momentos antes de assinar a Carta de Princípios dessa Candidatura.

“A Direção Geral das Artes apoia a candidatura de Castelo Branco, como apoiará outras, desde que tenham o mérito e qualidade como é caso desta. Aliás, vimos com muitos bons olhos esta iniciativa de produzir uma candidatura e de se tentar obter um resultado positivo. Mas, mesmo que não se obtenha esse resultado, há todo um processo de construção e envolvimento que já é meritório por si próprio”, explica Américo Rodrigues.

Américo Rodrigues considera “a candidatura albicastrense muito importante. Acredito que o projeto de Castelo Branco vai ser aprovado. O trabalho que foi feito ao longo dos anos leva-nos a acreditar que a candidatura tenha um desfecho positivo. Mas, caso não seja aprovada, é importante que processo não fique esquecido. Este trabalho não é tempo perdido, nem os fundos gastos são atirados para lixo. Ou seja, há aqui um grande trabalho e investimento que têm que ter continuidade tendo o reconhecimento da Unesco, nesta fase, ou daqui a alguns anos”.

Aquele responsável lembra que “a Direção Geral das Artes coordena o programa nacional «Sabre Fazer», de que o Bordado de Castelo Branco faz parte, e que queremos dar a conhecer, valorizar e dar-lhe projeção internacional”.

A candidatura vai também ao encontro de preservar o Bordado de Castelo Branco, o que obriga à formação de novas bordadeiras. “Iremos ter possibilidade de colaborar com a Câmara de Castelo Branco com ações de formação e de criação de emprego”.

No âmbito deste programa, Américo Rodrigues fala da criação de rotas. “A próxima será a do Bordado de Castelo Branco, o que dará uma amplitude internacional a este produto. Isto para referir que, para além da candidatura à Unesco, há um longo trabalho que pode e deve ser feito e que nós estaremos disponíveis para ajudar”.

Américo Rodrigues acrescenta que “o que está em causa (nesta candidatura) é o chamar a atenção para aquilo que é singular e diferente. Os bordados de Castelo Branco são únicos em Portugal, é uma arte muito singular e distintiva, que se ligam à identidade de um povo. E é isso que a UNESCO também quer destacar”.

AUTARQUIA Leopoldo Rodrigues, presidente da Câmara, salienta o facto de Castelo Branco estar “há muito tempo a fazer um trabalho de valorização do Bordado. Se a candidatura for aprovada será uma notícia extraordinária para Castelo Branco, para o concelho e para o Bordado, que é o ex-libris da cidade”.

O autarca lembra que a autarquia está a valorizar o “bordado por diferentes razões, pois representa as nossas culturas, tradições e património. E esses são aspetos decisivos na nossa candidatura. Mas também porque o Bordado é motivo de afirmação e promoção económica. Para além das cinco bordadeiras que temos a trabalhar no Centro de Interpretação, há um conjunto significativo de pessoas que bordam em suas casas, temos o bordado certificado e condições para ter mais pessoas produzi-lo”.

Leopoldo Rodrigues acrescenta ainda que o “Bordado de Castelo Branco é um produto de luxo. E também queremos que ele se afirme e possa ser comercializado como tal”.

ÂNCORA Hélder Henriques é o coordenador da candidatura, que terá que ser apresentada em junho deste ano. “O objetivo é claro: sermos uma cidade criativa da UNESCO. Esta candidatura toma o Bordado de Castelo Branco como uma âncora, mas na verdade aquilo que pretendemos é algo maior, valorizando a criatividade como um fator importante para o desenvolvimento cultural e económico da região. Por isso, estamos a reunir um conjunto significativo de informação para constituir um dossiê forte que permita mostrar a mais-valia do Bordado de Castelo Branco, quer do ponto de vista histórico e identitário, quer do que representa como mais-valia económica”.

O também vice-presidente da Câmara lembra que “esta candidatura não nasce agora. Há todo um conjunto de equipamentos já construídos, como o Centro de Interpretação do Bordado de Castelo Branco, a Fábrica da Criatividade ou o Museu da Seda, e há neste percurso a inclusão social, através da APPACDM, onde é produzida a seda natural”.

Hélder Henriques considera que “todo o trabalho que estamos a fazer não se esgota na candidatura. A entrada ou não entrada na Rede de Cidades Criativas da UNESCO não pode ser vista nem como uma vitória, nem como uma derrota. Estamos a valorizar a comunidade albicastrense e isso é o mais importante”. O autarca explica que as regras de aprovação foram alteradas pela Unesco. “Neste momento a UNESCO só pode escolher duas candidaturas por país e uma por categoria, ao contrário do que sucedia no passado, em que cumprindo os requisitos se entrava na rede”.

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