Efemérides: E dois ícones do atletismo venceram em Montes da Senhora….

Artur Jorge - 15/04/2020 - 14:34

Terá sido uma das melhores provas de estrada de sempre realizadas no distrito, apresentada em… Lisboa. Já lá vão 35 anos.

Meses depois do título olímpico na maratona, Carlos Lopes veio a Montes da Senhora vencer um prémio de atletismo histórico

Na continuidade da rubrica que abrimos há duas semanas, face ao Estado de Emergência do país e ao facto de todas as atividades desportivas estarem paralisadas, recuamos nesta edição há 35, 25 e 15 anos. Fomos perceber o que estava na ordem do dia em 1985, 1995 e 2005.

Há 35 anos (abril de 1985) – O grande Carlos Lopes, acabado de se sagrar tricampeão mundial de corta-mato e menos de um ano após a épica maratona de Los Angeles (ouro olímpico), veio a Montes da Senhora, no concelho de Proença-a-Nova, vencer a 3.ª edição do GP das Cerejeiras, prova que teve direito a apresentação em Lisboa. Um elenco de luxo participou neste evento de estrada, como atesta também o nome da vencedora feminina: Aurora Cunha, à altura campeã mundial de estrada (10 km).

Esta terá sido, provavelmente, uma das melhores provas de estrada que já se realizaram em solo distrital. Participaram 700 atletas, “entre os quais 25 espanhóis”, como dava conta o nosso jornal. Atrás de Carlos Lopes classificaram-se Carlos Capítulo, outro nome do atletismo nacional que correu a prova pelo CCR Montes da Senhora, e o sportinguista Rafael Marques. No feminino, a segunda classificada foi a benfiquista Lucília Soares.

Foi descerrada uma placa em homenagem a Carlos Lopes. O campeão olímpico confessava que não tinha nascido “para estas homenagens” e assevera que “é preciso muito trabalho para chegar onde cheguei”. Em veteranos, ganhou mais uma referência do atletismo português: Armando Aldegalega.

Pelos “futebóis”, estavam distribuídos os cargos pelos clubes para a constituição dos órgãos sociais da AF Castelo Branco. As presidências estavam assim distribuídas: AG – BC Branco; Direção – Sporting da Covilhã; Conselho de Disciplina – Covilhã e Benfica; Conselho de Contas: Sertanense; Conselho Técnico: SC Barco.

Há 25 anos (abril de 1995) – Enquanto Mário Minhós, indicado pelo CD Alcains, se perfilava como sucessor de Manuel Barata na AF Castelo Branco, depois de um período pré-eleitoral de “cortar a faca” face à confrontação entre Fernando Jorge e Manuel Barata, no BC Branco vivia-se mais um momento delicado de sucessão diretiva. O autarca César Vila Franca, que liderava a AG foi à reunião magna do clube “partir a loiça”. Antes que “lhe passassem a batata quente para as mãos”, pode ler-se, levantou-se e abandonou a AG, “para agitar as águas”. Procurava-se um sucessor para o saudoso Luís Gomes Filipe.

Nos distritais, Vales do Rio era campeão de futebol de cinco (era esta designação do futsal) e o Colmeal da Torre encontrava-se bem encaminhado no futebol.

Há 15 anos (abril de 2005) – O Classic Clube, de Paulo Almeida, abalançava-se na reedição de uma prova automobilística que se tinha realizado em Castelo Branco há 77 anos (1928). A “Corrida da Rampa”, em carros antigos (mesmo antigos…), viria a concretizar-se em julho, entre a Praça do Município e o Castelo. Na versão original o início era junto da antiga fonte de S. Tiago.

No futebol, jogava-se, no Trigueiros de Aragão em Alcains, uma final histórica da Taça de Honra: SV Beira-Escalos de Baixo. Os escalenses, que eram da 2.ª divisão, ergueram o troféu ao derrotarem a equipa de escalão superior, por 2-1. Pinheiro foi o herói da taça ao marcar o golo da vitória em descontos. Lucas e Artur tinham ‘faturado’ antes para cada uma das equipas. Paulo Macedo treinava o Escalos de Baixo e António Morais o SV Beira. O curioso é que o SV Beira na 3.ª eliminatória tinha ido eliminar o Escalos de Baixo ao Campo Neves Lopes. Mas houve repescagem e esse vencedor improvável da competição, o GDREB, foi na época seguinte à Taça de Portugal.