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Efemérides: Que falta faz o Salgueir(o)al!

Artur Jorge - 02/05/2020 - 16:55

O futebol distrital teve na década de 1990 um emblema arrojado, que chegou a participar na Taça de Portugal. O CCR de Salgueiro do Campo faz falta. Por diversas razões.

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Em 1994/95 o CCR Salgueiro do Campo participou na Taça de Portugal

Se há emblemas que fazem falta ao futebol distrital – e todos os que já tiveram ADN da modalidade fazem falta – um deles é o Centro Cultural e Recreativo de Salgueiro do Campo. Por ordem de razões: gosto da população pelo “desporto-rei”, alguns naturais com veia associativa – desde logo com a família Perquilhas à cabeça - proximidade à capital de distrito, um espaço para os jovens que saem das camadas de formação dos clubes da cidade poderem prosseguir a prática. E, já agora, instalações próprias.

Os verde-e-brancos já deram entusiasmo aos campeonatos seniores da AF Castelo Branco. E chamavam muitos albicastrenses ao Campo das Frieiras nas tardes de domingo em que o clube mais representativo do concelho atuava fora de portas. A melhor época dos salgueiristas remonta a 1993/94, sob o comando técnico de José Ramalho. Quatro anos após a chegada ao futebol federado e três depois da subida da 2.ª divisão à primeira, com João Salavessa à frente da equipa.

Curiosamente, nos principais momentos estão invariavelmente laterais ao comando técnico. Vejamos: Salavessa na subida à 1.ª divisão distrital, ‘Zé’ Ramalho na época do 2.º lugar e do apuramento inédito para a Taça de Portugal; Joaquim Vieira, que foi jogador no ‘vice-campeonato’ e que surge como treinador na época seguinte: o Salgueiro jogou a 1.ª eliminatória da Taça de Portugal na época 1994/95 e foi afastado em Castelo de Vide por um clube da 3.ª divisão: derrota 3-1. E quem marcou o tento de honra? Tó Henrique, da anexa do Palvarinho.

Esta efeméride, na linha das que temos publicado desde que a Covid-19 parou o futebol, mostra às novas gerações que o futebol distrital na área da jurisdição desportiva da AF Castelo Branco já teve forte impacto nas comunidades. Eram os tempos de duas divisões e do futebol amador puro e duro. Começavam a existir os subsídios aos jogadores, uma boa prática que, mais tarde, de tanto inflacionada, esteve na origem do progressivo afastamento de muitos emblemas. As ‘armas’ deixaram de ser… mensuráveis!

Adiante. No melhor Salgueiro de sempre, que se catapultou ao 2.º lugar do campeonato distrital, num despique titânico com Idanhense e Cariense, mas distante do campeão Belmonte do saudoso Mário Pereira, pontificavam jogadores com ‘estatuto’ na cidade albicastrense e algumas unidades locais que passavam a mística do clube de aldeia, entre os quais Zé Afonso, atual presidente da ACD Carapalha. O futebol era conduzido pelo mano João Perquilhas e o presidente era José Prata Luís.

O CCR Salgueiro do Campo esteve nos quadros federados entre 1989 e 2006, sendo que por vazio diretivo (entre o legado de João Perquilhas e a direção de António Pedro) não participou entre 1999 e 2001.

NOMES Na equipa que conquistou o acesso à Taça de Portugal, jogavam: os guarda-redes Miguel Ângelo e Manuel Caio; Tomé, Luís Isca, Zé Afonso, Tozé Leitão, Vieira, Nelito, Nicha, Fangaia, Salvado, Roberto, Miguel, Jean Claude, Carlos Ventura, Pinheiro, Alfredo ou Roberto II. Treinador: José Ramalho.

 

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