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Leitores: Portugal desgovernado

Luís Filipe Santos - 07/06/2023 - 9:46

Mais uma semana, onde os portugueses estiveram colados ao televisor, atentos à Comissão de Inquérito da TAP e ao desfile de depoimentos trocados protagonizados por protagonistas improváveis.

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Mais uma semana, onde os portugueses estiveram colados ao televisor, atentos à Comissão de Inquérito da TAP e ao desfile de depoimentos trocados protagonizados por protagonistas improváveis. Antes do dia 26 de abril, se perguntasse a qualquer português, se sabia quem era a Eugénia Cabaço e o Frederico Pinheiro, a resposta seria não, com uma probabilidade de 100%. Ao dia de hoje, estas duas figuras fazem parte do anedotário nacional, com direito a entrevista em horário nobre num canal de referência nacional. 
Qual reality show, a noite de 26 de abril, fica como referência de um Governo a desgovernar Portugal, mostrando como funciona um Ministério, responsável por uma das pastas mais críticas, onde os Portugueses já esbanjaram mais de 3 (três) mil milhões de euros. 
Num país perdido, e após 13 demissões no último ano de uma maioria absoluta, este governo arrisca-se a ser o Titanic da sociedade portuguesa, desperdiçando o maior pacote de financiamento europeu desde a nossa entrada na CEE em 1986. Onde a prioridade está direcionada para alimentar a máquina infernal de propaganda socialista e os seus apaniguados. As saudades que tenho dos homens de valores, líderes do Partido Socialista como Mário Soares, Almeida Santos, Victor Constâncio, António Guterres e António José Seguro. Não partilhávamos o mesmo caminho, mas sabíamos que havia coerência nas suas posições, nas suas ideias. Hoje, o caminho político liderante no atual Partido Socialista é o da descendência da herança socrática, ilustrado pelo habilidoso António Costa. Na atualidade, Galambar tornou-se sinónimo de mentir. Até as coisas mais simples, como construir uma fita do tempo, com este Governo parecem complicadas.
Esta semana, de forma simples, o político com mais vitórias na história da nossa democracia, o Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva, desconstruiu sete anos de governação socialista que colocaram Portugal nos últimos lugares da União Europeia, divergindo da realidade económica europeia.
De forma focada, direcionada, apontou os erros clamorosos de sete anos de António Costa ao leme de Portugal. Um desastre de proporções descontroladas, por muito que se tente vender o contrário, sustentado num castelo de cartas de desenvolvimento, mas cuja argumentação falha aquando dos resultados práticos de tal governação. 
Um exemplo prático, bem demonstrativo da anestesia em que vivemos. Relembremos a campanha eleitoral das Eleições Legislativas de 2015, 2019 e 2022, onde o Partido Socialista, no Círculo Eleitoral de Castelo Branco apresentava como grande proposta, a abolição de portagens na A23. Hoje, como ontem, nada se passou. Ouvimos a Ministra da Coesão Territorial dizer que se demitia, caso isso não acontecesse. Não só não se demitiu, como foi cabeça-de-lista, no mesmo distrito onde fez a promessa de demissão. Ainda esta semana, afirmou que compreendia a insatisfação dos beirões sobre este custo de contexto brutal sobre as famílias e as empresas com coragem de se manter pelo Distrito de Castelo Branco. Reafirmou que esta questão não era financeira, mas sobretudo política. 
Senhora Ministra, se é uma questão política, por favor, execute. Faça cumprir a promessa realizada pelo Partido Socialista nas campanhas eleitorais de 2015, 2019 e 2022, onde Sua Excelência foi cabeça-de-lista. Operacionalize, sem habilidades a proposta apresentada pelo PSD, de desconto de 50% no valor das portagens e aprovada, por maioria, na Assembleia da República aquando do orçamento de estado para 2021.
Tive oportunidade de, no passado sábado, dia 20 de maio, ter participado na embaixada do Interior que se deslocou à Assembleia da República para se manifestar a favor da abolição de portagens na A23. Não vi lá nenhum deputado do Partido Socialista, nenhum Presidente das 7 (sete) câmaras do Distrito de Castelo Branco liderada pelo Partido Socialista. Nas campanhas eleitorais, são muito ativos na campanha para se elegerem a eles próprios. Durante os seus mandatos, são muito rápidos a esquecerem-se das promessas realizadas nas campanhas.
Termino, por relembrar a resposta de Eurico Brilhante Dias, um antigo Segurista transformado pelo poder Costista, às afirmações de Cavaco Silva, classificando-os como uma “linguagem ofensiva e antidemocrática”. Como será que classifica a intervenção do SIS em todo este processo? Aguardo, com expetativa, as palavras deste senhor num Portugal, cada vez, mas desgovernado.

Luís Santos 
Presidente do PSD Distrital de Castelo Branco
Luis.santos@psdcastelobranco.pt 

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