Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Estudo reclama mais reconhecimento às IPSS

José Furtado - 10/06/2022 - 22:27

VÍDEO Levantamento da Universidade Católica destaca “papel fundamental” das instituições que ficou ainda mais evidente com a pandemia.

Partilhar:

Associação de Apoio à Criança promoveu encontro onde o estudo foi apresentado. Foto arquivo Reconquista

As Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) e quem nelas trabalha necessitam de um maior reconhecimento da sociedade e dos decisores políticos, ainda mais depois do papel que tiveram nos primeiros dois anos da pandemia.

A ideia foi deixada em Castelo Branco por Joana Morais e Castro, uma das responsáveis pelo estudo sobre o impacto da pandemia de Covid-19 nas instituições e nos seus utentes, feito pela Universidade Católica do Porto em colaboração com a Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade. O documento foi apresentado na terceira edição do Incluir as Diferenças, o Encontro sobre Deficiência Intelectual e Doença Mental organizado pela Associação de Apoio à Criança do Distrito de Castelo Branco.
Na opinião da investigadora as IPSS souberam responder às responsabilidades que surgiram com o primeiro confinamento. “Às vezes com a falta de recursos, com muita instabilidade e novas regras souberam reinventar-se e estar à altura”, disse ao Reconquista, salientando que isso aconteceu à custa de muito sacrifício pessoal e profissional. Por essa e outras razões entende que a sociedade e o poder político devem a estes profissionais um reconhecimento que não regatearam a quem esteve na linha da frente na área da saúde.
“Acho que era necessário um reconhecimento maior, que passa pelo aumento dos salários que estão tabelados e pela revisão do papel dos trabalhos das IPSS”, disse Joana Morais e Castro, para quem as IPSS “são fundamentais para a sociedade portuguesa e nós não podemos ter saúde pública sem saúde social e por isso precisamos mesmo de insistir na capacitação das IPSS para um novo mundo”. 
O estudo que envolveu 329 IPSS, das quais 2,4 por cento do distrito de Castelo Branco, deixa uma lista de recomendações ao Estado onde ainda se incluem o financiamento para resolver os problemas de tesouraria e responder ao aumento das despesas. A fragilidade financeira das instituições não impediu que a grande maioria mantivesse os seus compromissos com os funcionários, realça o documento.
O presidente da Associação de Apoio à Criança do Distrito de Castelo Branco disse ao Reconquista que a escolha do tema da pandemia para o regresso do encontro foi uma opção óbvia. Para João Benquerença “é importante as pessoas perceberem o que se passa nas instituições”. A associação foi a única das grandes IPSS da cidade que não foi atingida por um surto de grandes dimensões, apesar de ter tido casos dentro de portas, fruto de uma política de testagem “muito repetitiva” e feita por secções em caso de suspeita. João Benquerença disse que o trabalho de apoio não deixou de ser feito e que a pandemia trouxe até vantagens ao nível da organização interna mas também na comunicação, com as videoconferências a pouparem tempo e deslocações. A associação apoia 106 utentes e destes 40 não vivem nas suas instalações, tal como os 62 colaboradores. Para responder ao aumento de custos com a compra de material de proteção e outras despesas, João Benquerença reconheceu que foi essencial o apoio da Câmara Municipal de Castelo Branco, que totalizou cerca de 100 mil euros nos dois anos de início da pandemia.

 

COMENTÁRIOS