Feira: Alcains vai ser a “capital” do queijo

Lídia Barata - 02/04/2022 - 10:00

O certame volta em formato presencial, com um programa diverso, muita oferta para os consumidores, mas destacando também o papel dos produtores.

O certame decorre de 8 a 10 de abril em vários espaços da vila

De 8 a 10 de abril, a vila de Alcains transforma-se na capital do queijo. Esta é mais uma edição de um certame que já não é só a Feira do Queijo de Alcains, mas em Alcains, promovido pela Junta de Freguesia de Alcains e Câmara Municipal de Castelo Branco. Este foi um dos destaques da conferência de imprensa que teve lugar segunda-feira, dia 28 de março. Após dois anos de edições online, devido à pandemia, volta a ter um formato presencial, tendo a sua presença principal no antigo solar Ulisses Pardal, apesar de haver animação de rua e alguns momentos que decorrerão no Mercado de Alcains. O tempo para a organização do evento este ano foi “curto”, mas a próxima edição, de 2023, poderá ter outra dimensão, devendo ter até um reforço de investimento.

O presidente da Câmara de Castelo Branco, Leopoldo Rodrigues, revela o desejo que que este se torne num evento de referência nacional, destacando desde logo o queijo de Alcains e da região, mas acolhendo queijo de outras regiões demarcadas do país e até de fora, como acontece já este ano, em que está já confirmada a presença de uma delegação de Zamora (Espanha), afirmou a presidente da Freguesia, Milena Santos. Alcains sempre foi terra de queijeiros, mas a apreensão quanto ao futuro prende-se no número de produtores locais que, atualmente, são apenas três, nomeadamente o Cabeço do Carvão, a Pedra da Légua e a Tapada das Sortes, presença essencial no certame.

Do programa fazem ainda parte animação de rua, com o Váatão, concertos com Os Red (dia 8), Beira Brass Band, Bando das Gaitas e Remember Queen (dia 9) e Fanfarra Vaátão e Tuna da Usalbi (dia 10), simpósios sobre a valorização do queijo, e oficinas, com destaque para o programa Fusilli, no Mercado de Alcains, e um atelier de queijo, e cozinha ao vivo, com o chef Francisco Santos e uma prova de Laburdo, promovida pela Confraria Gastronómica do Laburdo de Alcains. A estes juntam-se diversas atividades desenvolvidas pelas associações da vila, como um peddy beer, um passeio de motorizadas e o passeio pedestre Rota das Leiteiras. Há ainda sessões de leitura no Museu do Canteiro e uma sessão de cinema no Centro Cultural de Alcains.

“Queremos promover, valorizar e afirmar o queijo como um dos produtos identitários da região”, reitera Leopoldo Rodrigues. Quanto ao aumento de produção, os autarcas reconhecem a dificuldade dos mais novos seguirem os passos dos produtores tradicionais, pois “quem se dedica à produção de animais para ter leite para fazer queijo cria uma dependência total desta atividade, pois os animais requerem cuidados todos os dias”.

Milena Santos acrescenta que “este certame tem sido organizado mais na ótica do consumidor, pelo que é importante que também tenha em conta os produtores, podendo ser esta mais uma forma de reforçar a valorização desta fileira”.