Este site utiliza cookies. Ao continuar a navegar no nosso website está a consentir a utilização de cookies. Saiba mais

Francisco Matos: “A ideia não é criar ruturas, nem rasgar contratos"

Artur Jorge - 23/12/2017 - 17:25

Novo presidente da Associação do Bairro do Valongo toma posse no início do próximo ano.

Partilhar:

Francisco Matos sucede na presidência do Bairro do Valongo a José António Saraiva

Francisco Matos foi eleito no final da última semana presidente da Associação Recreativa e Cultural do Bairro do Valongo. Sucede no cargo a José António Saraiva. A tomada de posse está prevista para o início de 2018.

É o regresso do antigo presidente do Benfica e Castelo Branco a uma coletividade onde deu os primeiros passos no associativismo, no início da década de 1990. Integrou na altura a equipa diretiva de Manuel Candeias.

Quase meia centena de associados deu aval no ato eleitoral ao candidato único que se apresentou a sufrágio. Francisco Matos abraça o desafio, mais um no vasto currículo de dirigente desportivo, com espírito de missão.

O que o levou a assumir este compromisso?

- “Principalmente pela necessidade que sinto em ter uma vida ativa. O gosto pelo associativismo é enorme. Proporcionou-se esta candidatura. Ponderei, constitui uma equipa que me dá, à partida, todas as garantias para o desenvolvimento de um bom trabalho. Por outro lado, a Associação do Bairro do Valongo diz-me muito. Fui aqui que iniciei a minha atividade associativa. E a ligação ao futebol juvenil”.

A vice-presidência da Associação de Futebol (AFCB) já não o preenchia?

- “Não é uma questão de não preencher. É uma intervenção diferente. Aqui o trabalho é, predominantemente, no terreno. Mais perto das pessoas e dos atletas. Foi uma opção. Abraçar um novo projeto, numa associação que também me diz muito, repito”.

A saída da AFCB foi pacífica?

- “Sem problema algum. Foi pacífica e saída da Associação de Futebol e foi pacífica a entrada no Bairro do Valongo”.

Este é um desafio muito diferente daquele que teve enquanto presidente do BC Branco?

- “Substancialmente. Ao nível do futebol a realidade é distinta. Uma equipa sénior nos campeonatos nacionais representa uma exigência enorme. Agora, ao nível da responsabilidade, ela está em ambas as partes. Antes de ter sido presidente do BC Branco, liderei os departamentos de formação e de andebol. Capitalizo essa experiência. Aqui no Bairro do Valongo há uma outra valência. Há património. É preciso perspicácia para o gerir”.

Por falar em futebol sénior: equaciona tê-lo no Bairro do Valongo?

- “Neste momento não”.

Nas suas linhas programáticas, há uma ideia de intervenção nas questões sociais do bairro.

- “Sendo uma associação de bairro, que representa uma grande parte da zona sul da cidade, tem de estar atenta a essa área. O bairro começa a ter alguma idade e as pessoas que aqui residem também. Quero, em primeiro lugar, avaliar as necessidades. Verificar junto dos moradores a sua sensibilidade para determinadas questões de ordem social que, eventualmente, gostassem de ver implementadas na associação. Será sempre a vontade das pessoas a determinar a atuação”.

Cultura e lazer também são focados.

- “A Associação já disponibiliza algumas atividades nestas áreas. Estamos abertos a desafios dos sócios, que queiram propor ideias ou projetos. Desde que, naturalmente, sejam propostas sustentáveis”.

E no futebol? Já fez uma avaliação à organização que existe?

- “A ideia inicial não é provocar ruturas, nem rasgar contratos. Não faz sentido mexer na estrutura a meio da época. Vamos ver o orçamento existente. Se estiver alicerçado de acordo com as atividades até ao final da temporada, em princípio não iremos mexer grande coisa. Agora, se forem detetados problemas orçamentais, quem me conhece sabe que eu não gosto de ficar a dever nada a ninguém. E não ficarei, nem que isso obrigue a algum ajustamento”.

Com Francisco Matos será, finalmente, possível encontrar uma plataforma de entendimento com os outros emblemas que em Castelo Branco gravitam na formação?

- “Como sabe, fui dos primeiros a tentar estabelecer protocolos de entendimento, quando estava no BC Branco. Tentei fazê-lo com o Valongo e não resultou. Depois, já como presidente do BC Branco, tentei outros acordos que também não foram bem sucedidos. Por isso, penso que neste momento essa possibilidade está fora de questão. A experiência diz-me que é tudo bonito num processo inicial, mas na prática não funciona. O problema é este: quando um precisa está tudo bem, quando são os outros já não dá. Para receber está bem para todos, quando é para ceder já é um problema. Clubes, dirigentes e atletas estabelecem afetos e rotinas. As transições, a convergência de vontades, não são fáceis de alimentar”.

A autarquia não poderia ter aqui uma palavra?

- “Não me parece que seja papel seu. Isso cabe aos clubes. A autarquia promove condições para a prática, apoia as associações e fá-lo bem”.

COMENTÁRIOS