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Futebol: Crescer em palcos cheios de história

José Furtado - 15/12/2020 - 17:40

Abdica das horas livres e dos fins-de-semana em Castelo Branco para alicerçar experiências e conhecimentos no terreno.

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João Saraiva integra a estrutura técnica da Académica-SF

Aos 22 anos e depois de se ter licenciado em Ciências do Desporto pela Faculdade de Motricidade Humana (FMH) da Universidade de Lisboa e de um tirocínio de dois anos na área do treino nas escolas do Club de Futebol ‘Os Belenenses’, João Pedro Saraiva continua a compatibilizar o percurso universitário com a carreira técnica, agora na cidade do Mondego e em mais um emblema de referência: Associação Académica de Coimbra-SF.

Abdica das horas livres e dos fins-de-semana em Castelo Branco para alicerçar experiências e conhecimentos no terreno. E em espaços futebolísticos icónicos como Estádio do Restelo, Campo das Salésias e, agora, Campo de Santa Cruz, ali metido no Jardim das Sereia, na cidade dos estudantes.

Fomos perceber o que faz correr este jovem que foi atleta de Desportivo, ACD Carapalha e BC Branco (campeão júnior, 2015/16).

É o 4.º ano na área do treino. Há já um capital de experiência…

- “Sim. Mas mais importante que o tempo de experiência é o tipo de experiências vivenciadas. No Belenenses, comecei a treinar num escalão de sub-7 e passei, no segundo ano, para os sub-11. Já em Coimbra, na AAC-SF, tenho estado a trabalhar com jogadores dos escalões de sub-14, sub-15 e sub-16. Estas abordagens permitem-me já perceber o que é este desporto e a formação num conceito mais global. Penso que todos os treinadores deveriam passar por estas etapas, de uma forma progressiva”.

Belenenses e Académica são dois históricos. É uma mais-valias para quem passa por lá?

- “Indiscutivelmente! Nestes clubes tenho contactado com pessoas que me têm feito crescer bastante na área do treino. No Belenenses, há pessoas com enorme competência, não só no contexto específico do treino, como na valência social. Na Académica tenho tido a sorte de contactar com elementos com muita experiência neste desporto, como por exemplo o mister José Viterbo”.

Ensino e Treino Desportivo. É possível conciliar as duas áreas?

- “É possível e recomendo! A via Ensino tem-me aberto horizontes e permitido olhar mais além do que é o futebol dentro das quatro linhas. Permite-nos pensar no ser humano que está por trás do jogador e das suas necessidades. Ambos reforçam a nossa valência de pedagogos, pois o objetivo comum é aumentar as competências dos jovens, quer sejam desportivas, psicológicas ou sociais”.

Nesta época atípica pela pandemia, tem sido possível manter os miúdos motivados sem competição?

- “O atual contexto afeta! O nosso objetivo como treinadores passa por encontrar estratégias que, por um lado, permitam mantê-los na prática desportiva; por outro, não podemos esquecer da sua evolução enquanto futebolistas. O facto de não terem estímulos competitivos diversos (jogos), tem de ser acautelado e pensado no planeamento dos treinos”.

A habilitação desportiva é importante? O nível II de treinador é o passo seguinte?

- “O objetivo imediato é terminar o Mestrado. O estágio em escola tem-me ajudado muito a evoluir. E depois, sim, pensar no Nível 2, para a abertura de portas em termos futuros e sustentar na esfera federada a formação académica”.

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