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Leitores: Habitação. O virtual País das Maravilhas

Luís Santos* - 07/09/2023 - 9:54

Falemos de literatura e história esta semana. Como o próprio título do artigo indica, a minha ideia será criar uma analogia entre a realidade dos portugueses e o livro da “Alice no Pais das Maravilhas”.

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Falemos de literatura e história esta semana. Como o próprio título do artigo indica, a minha ideia será criar uma analogia entre a realidade dos portugueses e o livro da “Alice no Pais das Maravilhas”. Para quem não conhece, vou fazer uma breve descrição desta obra-prima do non sense, escrita por Lewis Carrol, onde nos conta a história de uma menina chamada Alice que cai na toca de um coelho e é transportada para um mundo fantástico, cheio de absurdos, onde a Rainha de Copas tem um papel de liderança primordial. A diferença não é grande em relação à realidade vivida todos os dias. O absurdo da nossa vivência diária contrasta com as afirmações do nosso ilustre Primeiro-ministro, António Costa e dos seus acólitos, dos quais destaco o inigualável João Torres, um jovem imberbe, eleito secretário-geral adjunto do PS, mas, segundo as suas últimas intervenções, o defesa-central encarregue de defender a honra de um governo desonrado pelos próprios atos dos 13 (treze) governantes demitidos no último ano, fruto dos seus erros e omissões. E mais não foram, porque o líder do Governo colocou a sua (pouca) credibilidade pessoal para salvar o 14º, o desaparecido em combate, João Galamba, um ministro desautorizado, sem autoridade para impor o que quer que seja, um peso morto sem expressão na sociedade. 
Mas, voltemos ao dia-a-dia, e ao non sense da realidade, nomeadamente na questão da habitação, um tema fraturante, onde as rendas, neste momento, atingiram o limite da sustentabilidade no orçamento mensal de cada uma das famílias. Nalguns casos, já ultrapassaram e deixaram muitos de nós com a corda na garganta. Depois de todos os grandes anúncios realizados pelo Partido Socialista, a realidade da inércia bateu com estrondo contrariando a narrativa diária, contada até à exaustão pelo imberbe aspirante a jovem turco, João Torres. Vamos a factos provados e a história. No dia 2 de junho de 2021, em Braga, o recandidato a Secretário-Geral, António Costa prometeu habitação condigna para todos os portugueses e que esse seria o seu principal objetivo da sua governação até 2024, ano em que a democracia em Portugal faz 50 anos. Nesse dia, afirmou que a solução estaria na implementação de dois programas públicos nesta área, enquadrados no Programa de Recuperação e Resiliência, com uma verba de 2.750 milhões de euros direcionados para este objetivo. Seis anos depois da sua eleição, sem fazer nada durante este tempo, elencou como prioritária e grande desígnio nacional, a questão da habitação, o grande símbolo da democracia de Abril e a plena realização dos desígnios constitucionais.
Escrevo estas linhas em pleno setembro de 2023, oito anos depois da sua eleição, na discussão de um PRR com uma taxa de execução de 17%, depois do veto presidencial a uma proposta de programa do Partido Socialista que apenas trouxe caos, aumento de preços e um regresso a um passado que todos nós pensávamos já ter ultrapassado, o famoso PREC. Quem não se lembra da montanha a parir o rato do arrendamento coercivo. Com o Presidente do PSD a disponibilizar-se para, de forma humilde, colaborar para apresentação de um pacote de medidas que pudesse melhorar o programa Mais Habitação. A resposta foi crua, direta e clara. O PS vai apresentar, “ipsis verbis”, a mesma proposta vetada pelo Presidente da República e chumbada por toda a oposição desde a direita até à esquerda. Se fazia falta uma demonstração de arrogância absoluta, voilá, foi servida fria, com murro direto ao estômago, perdão, carteira de milhões de portugueses.
Dois anos depois de apresentado o grande desígnio dos 50 anos da democracia, as Estratégias Locais de Habitação prometidas aos Municípios como a solução mágica para a resolução dos problemas habitacionais de cada concelho, vendidos como a solução de articulação dos vários programas. Ao dia de hoje nada se passou. Problema agravado pelas camas necessárias para os estudantes que, neste momento, estão a chegar às nossas cidades, confrontados com um brutal aumento no preço dos quartos, uma situação em constante degradação desde 2015, mas sempre pintadas de cor-de-rosa com o chorrilho de promessas não concretizadas, algumas das quais, repetidas de ano para ano. 
Situações verídicas e reais, ao dia de hoje, motivo de gozo e entrada direta no Pais das Maravilhas ou dos sonhos apenas existentes no mundo vivido pelo atual governo socialista.

*Presidente da Distrital do PSD Castelo Branco 
luis.santos@psdcastelobranco.pt

COMENTÁRIOS

Manuel Pedroso
No ano passado
E o povo continua a acreditar no pai natal e nas prendas de casas para todos !...
A nossa constituição diz que todo o cidadão tem direito a habitação!??
Cumprimentos