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Leitores: Histórias sobre o Palvarinho Ermida de S. Lourenço e outros lugares

Francisco Batista dos Santos - 19/09/2019 - 10:24

Ao ler no jornal Reconquista o artigo sobre o Barbaído e a Serra de São Brás, lembrei-me que também no Palvarinho temos história.

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Ao ler no jornal Reconquista o artigo sobre o Barbaído e a Serra de São Brás, lembrei-me que também no Palvarinho temos história.
Comecemos pela ermida de São Lourenço, que com a imagem do santo, já existia no ano de 1182. No ano de 1182, Fernando Sanches doou aos Templários a herdade de Vila Franca da Cardosa, marca-lhe os limites e neles inclui São Lourenço do Salgueiro.
Nesta altura a localidade de Palvarinho ainda não existia, o que sucedeu a partir do séc. XVI. Na festa de verão, em honra de Nossa Senhora do Bom Sucesso, a imagem de S. Lourenço também era incorporada na procissão, e um determinado ano caiu do andor e partiu-se. Foi mandada restaurar em Lisboa por umas senhoras especialistas que nos disseram que, além do valor espiritual, tinha também um valor material considerável, porque em toda a Península Ibérica só havia outra igual, mas mais recente. Atualmente a imagem não se encontra na sua ermida.
Nos limites da ermida existe um amontoado de rochas a que chamamos Penedo do Forno. Este nome advém do facto de uma das rochas ter uma cavidade em forma de forno, com uma cúpula de altura superior à de um homem em pé. Regista-se ainda a existência, alguns metros adiante, de um rochedo isolado com umas escadas toscamente escavadas e um buraco no topo, que serviria para colocar uma bandeira. O local é muito alto e tem visibilidade para todos os lados, o que sugere que poderá ter sido um ponto de vigia nos tempos passados.
Na minha infância havia no Palvarinho um homem de nome Raul, pedreiro, que era assediado pela miudagem para fazer os Passos do senhor na quaresma. Este homem contava que havia um livro que dizia existir um tesouro escondido entre Fonte Fontinha na cidade da Racha. Na verdade, existe na zona a fonte da velha e, no vale oposto, a fontinha. 
Quanto à cidade, existe uma propriedade na mesma zona a que dão o nome de Reixa. Este nome poderá ter derivado do nom original Racha. Por outro lado, em escavações feitas no local onde existiu a dita localidade, foi surribada a procura de achados arqueológicos, que segundo consta foram levados para Lisboa. Foi lá plantada uma vinha que ficou a chamar-se Vinha do Governo. Existem ainda em toda aquela área várias lagariças cavadas na rocha, as quais eram em tempos usadas para esmagar as uvas e produzir vinho.

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