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Ideias e Factos: Morrer com dificuldade

Agostinho Dias - 18/02/2016 - 7:30

A questão dos valores voltou a estar em grande no nosso parlamento levada pela mão do Bloco de Esquerda. Foi a reversão da lei do aborto que 40 mil assinaturas tinham levado a uma revisão ainda há pouco tempo. Foi a possibilidade de adoção por casais gay que antes tinha sido recusada. O Sr. Presidente da República vetou estas duas leis, mas a maioria de esquerda aprovou-as de novo e desenvolveu-as para Cavaco Silva, para que mesmo contra a sua consciência, tenha de as promulgar antes de sair. Agora é a lei da eutanásia, com morte assistida, que está a chegar ao parlamento para discussão. Estão em jogo o valor da vida humana, o respeito pela natureza sexual de cada um, em que a grande parte dos portugueses não tem opinião definida, mas que a maioria de esquerda está a aproveitar a oportunidade para trazer à ribalta novos valores.

São questões culturais que constituem um grande desafio à permanência de convicções sólidas e compartilhadas sobre o sentido da existência própria e alheia.

Morrer com dignidade será morrer acompanhado pelo carinho das famílias, com a ajuda dos cuidados paliativos, quer medicinais, quer religiosos e afetivos. 

Como diz D. Manuel Clemente “enfrentamos hoje uma questão de valores, que sejam universalmente assumidos – do nascer ao morrer, do casar ou não casar, da distinção ou indistinção sexual, do papel do Estado e/ou da espontaneidade social na educação, na assistência, etc… Hoje, Portugal é uma realidade quantitativamente pluralista e qualitativamente contraditória, mesmo em relação às questões essenciais da existência humana. Chega a parecer que o único “valor” indiscutível é o do desejo individual, desvinculado de razões que o ultrapassem ou vinculem, em termos de universalidade e corresponsabilidade. 

Trata-se, em suma, de salvaguardar a vida humana em todas as suas fases, da conceção à morte natural; da valorização da vida familiar e da educação dos filhos, com referência masculina e feminina de geração ou adoção.

São valores que são referendáveis, nem se podem impor aos outros pela lei. Morrer com dignidade será morrer acompanhado pelo carinho das famílias, com a ajuda dos cuidados paliativos, quer medicinais, quer religiosos e afetivos. Não são necessários meios extraordinários para prolongamento artificial da vida, mas ajudar a que a morte surja num ambiente 

COMENTÁRIOS

João R.
à muito tempo atrás
A pessoa em sofrimento que não possa pôr fim pelos próprios meios deve ter essa possibilidade. Não vai ser a religião que lhe tira a dor.
Não deve ser proibido, quem quer terminar a própria vida nos seus termos deve poder ter essa opção.