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Ideias e Factos: A nossa agricultura

Agostinho Dias - 06/10/2016 - 9:37

Felizmente que a nossa agricultura, nos últimos 40 anos, se modernizou muito com a utilização de máquinas agrícolas, nomeadamente tratores. Acabou-se a lavoura com os bois, o que levou ao fim de muitas feiras em que se transacionavam estes animais. Acabou a circulação de carroças e carros de bois nos caminhos e até estradas das zonas rurais. Foi um passo importante que tornou os nossos campos mais produtivos, e os trabalhos agrícolas menos penosos.
Contudo, não há bela sem senão: desde 2013 já morreram mais de 270 pessoas em Portugal em acidentes com máquinas agrícolas. Em 2013 foram 78 mortos, em 2014 foram 80, em 2015 foram 63 e até ao dia 6 de setembro deste ano, já foram 52 mortos (5 só no nosso distrito) e 27 feridos graves. A maioria destes acidentes acontece em terrenos agrícolas, pois na estrada foram 72. Normalmente os sinistros acontecem com o capotamento da máquina e conseguinte esmagamento do condutor. O “arco de Santo António” muitas vezes é retirado nos campos agrícolas, pois impede a máquina de passar por debaixo das árvores rasteiras, deixando o condutor sem qualquer proteção. A idade dos manobradores e a sua pouca formação, são muitas vezes fatores que agravam a situação.
Uma comissão formada em junho passado para estudar o problema, está a propor soluções no sentido de reduzir estes acidentes. Pretendem eliminar ou substituir tratores sem estruturas de proteção anti-capotamento, realizar inspeções obrigatórias destas máquinas, tornar obrigatória a frequência de ações de formação sobre segurança para os condutores que não possuam licença de condução de veículos agrícolas. Vão ainda intensificar a fiscalização sobre o arco de proteção, o cinto de segurança, o avisador luminoso, o transporte de passageiros…
Tudo o que se possa fazer para evitar mortes é positivo. Esperamos que estas medidas não se limitem “à caça à multa” neste setor que enfrenta tantas dificuldades, mas que pode ser tão útil para a nossa economia. Seria preferível que a agricultura fosse tornada rentável para atrair gente jovem mais preparada e mais capaz.

 

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