A grave crise económica que Portugal está a atravessar provém sobretudo da crise do turismo. Este setor foi o principal sustento da nossa economia na última década. Então investiu-se muito aí: construíram-se hotéis e alojamentos para turistas, investiu-se na restauração e nos divertimentos e lazer, desenvolveram-se os transportes desde os aéreos até aos Tuk-tuk, fizeram-se campanhas internacionais. A pandemia do Covid 19 trouxe o fecho das fronteiras ou a dificuldade em viajar e o turismo ficou muito reduzido e até mesmo inexistente. Daqui resulta o grande desemprego neste setor, a falência de empresas, apesar de todas as ajudas do Estado, e a crise social com os empresários a reclamar contra as exigências de confinamento da Direção Geral de Saúde. As perdas são mais e vamos ver até quando elas vão durar.
Se virmos a história dos últimos cem anos em Portugal nós verificamos que em cada época houve um setor privilegiado para a economia da nossa sociedade. Com a agricultura em decadência, Salazar fez uma campanha pela salvação da agricultura, e à força da mão de obra humana fizeram-se alqueives de centeio e trigo por todo o lado, surribaram-se terrenos para vinha com o célebre slogan: “beber vinho é dar de comer a um milhão de portugueses”. Ficamos para trás na mecanização da agricultura e a concorrência tornou-a não rentável. Investimos na indústria com fábricas nos Cebolais, em Alcains, na Covilhã, com a metalúrgica em Castelo Branco, etc. Eram lanifícios, confeções, moagem, lagares de azeite… Enquanto durou, deu dinheiro. O mundo avançou para a modernização e simplificação, e tudo isto acabou…
É preciso planificar e modernizar para não ficarmos para traz… É preciso não nos ligarmos apenas quase só a um setor, pois se esse falha ficamos sem nada. Um Ministério do Planeamento que saiba ler os tempo em que vivemos sempre nos fez muita falta.
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